15/11/2005 – O projeto
de desenvolvimento do ecoturismo na região
do Vale do Ribeira, no litoral sul paulista,
sofreu críticas de Nilto Tatto, coordenador
do Instituto Socioambiental (ISA) para a área.
Segundo ele, apesar das boas propostas para
o desenvolvimento sustentável do meio
ambiente, o projeto não contempla a
participação direta de comunidades
tradicionais.
Além disso, Tatto
critica a licitação para construir
dentro dos parques, de resorts, restaurantes
e lojas. "Por mais que se capacite uma
população tradicional, ela sempre
perderá espaço na exploração
do ecoturismo para profissionais terceirizados",
argumenta.
O coordenador do projeto,
Sérgio Salazar, defende que o governo
de São Paulo trabalhará na linha
"das oportunidades para todos".
"Qualquer interessado poderá participar
do processo de licitação. Faremos
a capacitação das comunidades
e caso elas percam para grandes empresas inscritas,
essas empresas terão de provar que
vão contratar membros das comunidades
locais e que vão investir no entorno,
sem prejudicar a população da
área", afirma.
De acordo com Salazar, serão
investidos R$ 1,5 milhão em capacitação
para essas comunidades. "Queremos que
elas tenham capacidade para participar de
pequenos negócios na região.
Esse é o nosso desafio e o nosso compromisso",
ressalta.
O projeto, de duração
de quatro anos, e previsão de pagamento
para vinte anos, foi aprovado pelo Conselho
Administrativo do BID e deverá ser
implementado no Vale do Ribeira e em Ilhabela
(litoral paulista) a partir de 2006, depois
de passar pelo aval do Senado Federal e ser
assinado pelo governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin.