Brasília (25/11/05)
- A Expedição Xingu começou
ontem viagem de 20 dias pela região
da Terra do Meio (PA) para cadastrar ribeirinhos,
levar a eles cidadania e a possibilidade de
consultas com médico e dentista.
Por onde passar, a expedição
poderá emitir certidão de nascimento,
carteiras de identidade e de trabalho. Em
paralelo, o cadastramento das famílias
e a realização de audiências
públicas nos locais servirão
para discutir a criação de duas
novas reservas extrativistas a do Iriri e
a do Xingu.
As atividades ocorrerão
da foz do rio Iriri com o rio Xingu até
a localidade do Igarapé Primavera,
englobando região do Norte de São
Félix do Xingu ao sul de Altamira.
“É um trabalho de inclusão social
e promoção de cidadania a partir
de ações do CNPT em conjunto
com o Ministério Público, o
Ministério da Saúde, prefeituras
municipais”, define o chefe do Centro Nacional
de Populações Tradicionais (CNPT),
Paulo Oliveira.
A Expedição
do Xingu é uma proposta do Ibama e
do Ministério do Meio Ambiente em criar
um mosaico ambiental na chamada Terras do
Meio no Pará, região muito esquecida
por governos e com grandes problemas fundiários.
Participam dessa expedição,
cinco servidores do Ibama – sendo quatro do
Centro Nacional de Populações
Tradicioais e um de Altamira, promotor do
Ministério Público, juiz do
Tribunal de Justiça do Pará
e assessores do Cartório do Primeiro
Ofício de Belém, representantes
do Balcão de Direitos da Defensoria
Pública de Belém, da Polícia
Civil, da Secretaria Estadual de Justiça/PA,
da Secretaria de Saúde da Prefeitura
de Altamira e do Exército. Um médico
e uma enfermeira de Brasília integram
a equipe.
O grupo se divide em três
barcos, um com a equipe da saúde, outro
com técnicos do Ibama e o outro batizado
de Documentação. A expedição
para o Rio Xingu é um exemplo da importância
do Ibama e das Unidades de Conservação
não só para a questão
ambiental, como também para a social.
Isto pode ser constatado com o resultado da
primeira expedição, realizada
em julho de 2005 no Rio Iriri, em que mais
de 400 pessoas, a maioria delas adultas e
alguns com mais de 70 anos, tiveram a oportunidade
de tirar, pela primeira vez, o registro de
nascimento.