22/1/2005 - O presidente
da Fundação Nacional do Índio
(Funai), Mércio Pereira Gomes, assinou,
no dia 18 de novembro, a renovação
do convênio do Programa de Compensação
Ambiental Xerente (Procambix). O programa
foi criado há três anos para
indenizar as 36 aldeias da Terra Indígena
Xerente, em Tocantins (TO), pela construção
e funcionamento da hidrelétrica Luis
Eduardo Magalhães.
O Procambix é resultado
de uma parceria entre Funai, Ibama, Ministério
Público Federal, Sebrae, construtora
Investco e Naturatins (órgão
ambiental do governo de Tocantins), que, junto
com o Conselho Indígena dos Xerente,
formam o Comitê Gestor do programa.
Em 2002, o Procambix foi aprovado com o valor
de R$ 10 milhões e duração
estimada de oito anos, com previsão
de beneficiar cerca de 2.500 índios.
Desta vez, a renovação
do convênio garantiu a contratação
de pessoal de apoio para o projeto, a reforma
de postos de saúde e a adoção
de medidas para melhorar as condições
de criação de bovinos. O programa
já destinou quase R$ 2 milhões
para a implantação de roças
mecanizadas e para a criação
de galinhas caipiras.
O gerente executivo do Procambix,
Paulo Waikarnase Xerente, faz uma avaliação
positiva do programa, que conseguiu cumprir
o plano anual aprovado pelo Conselho Deliberativo.
“Com a participação da Administração
da Funai em Gurupi, conseguimos envolver todas
as famílias no programa. Fizemos roças
de milho, mandioca, arroz, e estamos criando
milhares de galinhas. Já temos excedente
de ovos, que comercializamos para melhorar
a renda da comunidade”, conta.
O programa já contemplou
70% das famílias de uma etnia que,
rapidamente, saiu de uma população
de 1.300 habitantes, em 1992, para 3.100 no
começo deste ano. Em sua primeira etapa,
o Procambix orientou lideranças Xerente
e suas aldeias a executar projetos agrícolas
com o plantio mecanizado de arroz, milho e
mandioca, numa área de 390 hectares.
Muitos dos 14 projetos do
programa foram exaustivamente discutidos com
a Funai e selecionados para atender às
necessidades do território. Eles se
enquadram nas categorias de extrativismo,
manejo de recursos hídricos, educação
ambiental e capacitação indígena.
Para este ano, a meta da
comunidade Xerente é colher cerca de
1.000 sacas de milho, 100 sacas de feijão,
720 toneladas de mandioca e 40 toneladas de
banana. Além disso, os índios
plantam, para consumo da comunidade local,
melancia, abóbora e maxixe, entre outras
culturas nativas que, embora cultivadas em
grande escala, têm colheita imprevisível,
porque são consumidas de acordo com
o seu amadurecimento.