22/11/2005 - A ministra
do Meio Ambiente Marina Silva se reuniu ontem
(22) com os ministros do Desenvolvimento Social,
Patrus Ananias, e da Justiça, Márcio
Thomaz Bastos, para viabilizar um Curso de
Agroecologia para comunidades indígenas
do Mato Grosso do Sul. Idealizado pelas próprias
comunidades, o projeto está sendo estruturado
pelos governos federal e estadual, em parceria
com a Universidade Católica Dom Bosco.
O curso começa em fevereiro de 2006,
e atenderá 40 indígenas das
tribos Terena e Kadiwéu. Em 2007, está
prevista a participação de povos
guarani.
Os recursos para a realização
do curso, com duração de três
anos e meio, são de R$ 3 milhões.
A Funai investirá R$ 780 mil, o MMA
R$ 500 mil, o MEC R$ 400 mil, somando R$ 1,68
milhão. Outros ministérios estão
definindo seus aportes. Parte da verba será
investida no custeio pedagógico e na
logística do projeto, que prevê
que os indígenas passem 15 dias por
mês na universidade e outros 15 na aldeia
acompanhados de professores. Dessa forma,
eles não deverão se desarticular
das comunidades e poderão manter e
resgatar conhecimentos tradicionais de seus
povos.
A ministra Marina Silva destacou a importância
do projeto para as comunidades. "Nossa
expectativa é de que isso (o curso)
possa promover ações estruturantes
de reinclusão das comunidades indígenas
na sua própria cultura", disse.
O Curso de Agroecologia será voltado
para atender demandas específicas das
comunidades indígenas, valorizando
sua cultura, suas práticas econômicas
e seus laços sociais.
O ministro da Justiça, Márcio
Thomaz Bastos, e o presidente da Funai, Mércio
Gomes, assumiram o compromisso de buscar investimentos
com emendas parlamentares e recursos suplementares
para viabilizar o curso. O ministro do Desenvolvimento
Social, Patrus Ananias, lembrou que o curso
terá interface com o Comitê Gestor
de Segurança Alimentar Indígena
do MDS, e se colocou à disposição
para buscar formas de novos aportes financeiros.
O vice-governador do Mato Grosso do Sul, Egon
Krakhecke, lembrou que o estado possui a segunda
maior população indígena
do País, formada principalmente pelos
povos Kaiowá, Guarani, Terena, Kadiwéu,
Guató e Ofaié. "Consolidar
este curso é estratégico para
a sustentabilidade dos sistemas de produção
nas aldeias do estado", disse.
Durante a 2ª Conferência Nacional
do Meio Ambiente, entre 10 a 13 de dezembro,
governos federal, do Mato Grosso do Sul e
a Universidade Católica Dom Bosco assinarão
termo de cooperação para a efetivação
do programa.