23/11/2005 - A ministra
do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou hoje
(23), ao participar do Fórum Internacional
Diálogos da Bacia do Prata, que é
preciso implementar a grande quantidade de
acordos internacionais que são firmados
na área de meio ambiente. Segundo a
ministra, os índices são muito
baixos.
"É preciso tirar
do papel o que ficou acordado na Eco 92 [Conferência
Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento,
realizada em 1992, no Rio de Janeiro] e em
vários outros encontros", disse
Marina Silva.
Ela defendeu a criação
de politicas conjuntas e destacou a responsabilidade
do Brasil em relação ao resto
do mundo por sua situação privilegiada.
"Somos um país que possui riquezas
naturais invejáveis, responsável
por 22% das espécies vivas do planeta
e 13% da água doce disponível
no mundo. Desse total, 80% estão na
Amazônia, o que torna o Brasil um país
chave", ressaltou a ministra.
Segundo Marina, algumas
diretrizes contribuem para proteger os recursos
naturais, e o Brasil tem focado sua atenção
no controle e participação social,
criando espaço de implementação
e aplicação de políticas
buscando o desenvolvimento sustentável
– combater a pobreza num mundo onde dois bilhões
de seres humanos vivem com menos de US$ 1
por dia. "No Brasil, temos ainda cerca
de 53 milhões de pessoas nessas condições",
afirmou a ministra.
Para ela, pensar em meio
ambiente é pensar numa visão
de conjunto, de desafio em relação
a todas as políticas que gerem vida.
"Recursos hídricos são
atrelados à economia", ressaltou
Marina. "Para produzir um quilo de grãos,
são necessários mil quilos de
água; um quilo de frango necessita
de dois quilos de água. Isso é
desenvolvimento em base sustentável,
acrescentou a ministra.
Marina Silva destacou ainda
a necessidade de desenvolvimento de uma política
ambiental integrada, por considerar impossível
pensar todos esses desafios trabalhados em
diferentes setores de governo. Segundo a ministra,
os governos municipal, estadual e federal
e os organismos nacionais e internacionais
precisam se unir no fortalecimento das estruturas
para combater praticas ilegais e oferecer
alternativas viáveis de desenvolvimento.