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PESQUISAS INDICAM QUE INSETOS AQUÁTICOS SÃO IMPORTANTES BIOINDICADORES

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2005

23/11/2005 - A visibilidade característica de grande parte dos animais não é diretamente proporcional à importância do papel desempenhados por eles no ecossistema. Os insetos aquáticos da Amazônia comprovam essa teoria. Dispersos em rios e mananciais da região, alguns são quase invisíveis a olho nu. Mas, são considerados importantes indicadores da qualidade das águas dos igarapés e dos grandes rios da região e, por esta razão, são alvo de estudos realizados em diferentes áreas por cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

"As pessoas banham-se em rios e igarapés da região, mas como não vêem os insetos, pensam que eles não existem", explica a pesquisadora do Inpa, Raquel Telles, da Coordenação de Pesquisas em Entomologia. Segundo ela, a relação entre os insetos e o meio ambiente local é de total interdependência, ou seja, um ajuda no equilíbrio e na subsistência do outro. "Os insetos aquáticos são os grandes responsáveis pela ciclagem dos nutrientes, transformando matéria orgânica em inorgânica e enriquecendo o ambiente", afirma Telles. "Além disso, como fazem parte da cadeia alimentar aquática, atuam no equilíbrio do ecossistema evitando, por exemplo, a superpopulação de algas e zooplânctons (comunidades de pequenos animais que vivem em suspensão nas águas doces, salobras e marinhas), e mantendo uma fonte segura de alimentos aos peixes, tartarugas, pássaros e outros animais", acrescentou.

Mas os benefícios vão além. Alguns insetos aquáticos são responsáveis pela fragmentação da folhagem que cai das árvores e vai parar no fundo dos igarapés. Chamados de "cortadores", esses seres "retalham" a folha em pequenos pedaços, permitindo que outros grupos, como os fungos, terminem o processo de decomposição do material.

Tidos como referência pelos pesquisadores no que se refere à avaliação da qualidade das águas de rios e igarapés da região, os insetos aquáticos representam um "termômetro" do nível de poluição ou contaminação a que estão sujeitos esses ecossistemas. "Quando uma região está com a água contaminada, alguns grupos de insetos rapidamente desaparecem e, em contrapartida, outros acabam surgindo em maior número", explica Telles. Assim, coletas de material ao longo do igarapé e, posteriormente, a análise do seu conteúdo, podem revelar o nível de contaminação em que se encontra o igarapé ou o rio.

Esse procedimento é utilizado com maior freqüência em igarapés devido à própria extensão e profundidade, que viabilizam a amostragem. Como a maioria dos insetos aquáticos vive submersa, a coleta de uma amostra deve ser realizada em folhiço (folhas mortas), troncos, raízes e até mesmo no fundo do igarapé. No caso dos rios, o processo seria mais complicado, levando-se em conta que os rios da região são consideravelmente extensos e profundos, pré-requisitos indispensáveis para a navegação de grandes embarcações. "É preciso ter uma ferramenta eficaz para verificar, de forma rápida, se determinado ambiente foi alterado", salienta a entomóloga Maria José Nascimento Lopes, que também faz parte do estudo com essas populações.

É importante destacar a necessidade da realização de estudos taxonômicos básicos (reconhecer e dar nomes às espécies), como os que vêm sendo desenvolvidos desde a criação do Inpa, há 50 anos, para o desenvolvimento de ferramentas que poderão ser assimiladas e comprovadas como conhecimento científico replicável, ou seja, que possa ser submetido a novas experimentações em eventos similares. "É um estudo que busca o desenvolvimento de metodologias para a avaliação biológica rápida dos corpos d´água. Se nós não utilizarmos esse benefício gerado pelos insetos, chegará o momento em que ecossistemas serão destruídos e as pessoas nem saberão o que existia naquele local", declara Lopes.

Como forma de resguardar parte do conhecimento gerado nessa área – indo além da preservação do ambiente dos insetos – muitos dos exemplares estudados são catalogados e armazenados nas Coleções Científicas do Inpa (no Acervo de Invertebrados). Assim, eles servirão de fonte de dados permanente para consultas futuras, por parte da comunidade científica nacional e internacional e também da população.

 
 

Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia (www.mct.gov.br)
Assessoria de imprensa (INPA)

 
 
 
 
 
 

 

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