28/11/2005 - A CETESB -
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
e o INPE - Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais assinaram nesta segunda-feira (28/11)
a renovação do Convênio
de Cooperação Técnico-Científica,
em vigência há cinco anos. O
documento garante a continuidade do projeto
de monitoramento do Rio Paraíba do
Sul, com a implantação da rede-piloto
de plataformas hidrológicas de coletas
de dados, operada com satélites do
INPE.
O novo convênio foi
assinado em Guaratinguetá, pelo presidente
da CETESB, Rubens Lara, e representante do
INPE, em evento em que foi inaugurada também
a segunda estação da Rede-Piloto
de Plataformas Hidrológicas de Coletas
de Dados da Bacia Hidrográfica do Rio
Paraíba do Sul, junto à captação
de água do Complexo Químico
da BASF. Estiveram presentes, ainda, o diretor
de Controle de Poluição Ambiental
da CETESB, Otávio Nakano, além
de representantes do Comitê de Bacia
Hidrográfica do Rio Paraíba
do Sul - CBH-PS.
“A parceria é fundamental
para o avanço da gestão pública”,
disse Lara ao assinar o convênio. Segundo
o presidente da CETESB, o governo do Estado
tem estimulado a formação das
parcerias público-privadas para a solução
de problemas que exigem a participação
de recursos da iniciativa privada, além
dos esforços dos órgãos
da esfera municipal, estadual ou federal.
“Hoje estamos celebrando
uma grande parceria com o INPE, o CBH-PS e
a iniciativa privada, para a despoluição
do Rio Paraíba do Sul. As informações
oferecidas, via satélite, a cada 100
minutos, coletadas nas Plataformas de Coletas
de Dados que estão sendo instaladas
no rio, vão balizar as ações
para a busca da qualidade desse corpo d'água”,
concluiu.
O convênio prevê
também a realização de
pesquisas, ensino, intercâmbio de informações
técnico-científicas e operacionais
e desenvolvimento de trabalhos cooperativos
de interesse comum, principalmente ligados
às áreas de meteorologia e sensoriamento
remoto, com comunicação via
satélite.
A rede de plataformas de
coleta de dados terá sete unidades,
que ficarão instaladas ao longo do
trecho paulista do Rio Paraíba. Além
da estação de Cruzeiro, inaugurada
em março deste ano na captação
da empresa Maxxion, e a de Guaratinguetá,
as outras cinco Plataformas de Coleta de Dados
(PCD) ficarão situadas na captação
de água de Queluz, na SABESP em Pindamonhangaba,
na Petrobras, em São José dos
Campos, e nas captações da Cervejaria
Kaiser Brasil, em Jacareí e em Santa
Branca.
A nova rede será
a primeira do Rio Paraíba operada por
meio de satélites - SCD-1 e 2 e CBERS-2
- desenvolvidos pelo INPE, permitindo que
as entidades parceiras do projeto recebam
dados a cada 100 minutos, em tempo quase real.
As PCDs serão dotadas
de sensores que irão medir um conjunto
de sete parâmetros, que irá indicar
poluição de natureza química
e orgânica. Serão medidos oxigênio
dissolvido, condutividade, pH, temperatura,
salinidade, turbidez das águas, além
do nível do rio e pluviosidade do trecho.
Além da CETESB, este
empreendimento conta com a participação
do Comitê de Bacia Hidrográfica
do Rio Paraíba do Sul - CBH-PS, Departamento
de Águas e Energia Elétrica
- DAEE, Centro de Previsão do Tempo
e Estudos Climáticos - CPTEC, do INPE,
órgão vinculado ao Ministério
da Ciência e Tecnologia, e empresas
do Vale do Paraíba.
O monitoramento das águas
do Rio Paraíba do Sul deverá
oferecer subsídios a órgãos
envolvidos na ocorrência de eventos
extremos de poluição e enchentes
permitindo desenvolver, no futuro, um sistema
de alerta para o caso de acidentes com cargas
perigosas. Outra vantagem do monitoramento
é a coleta noturna dos dados.
Com a consolidação
dos resultados que já começam
a ser gerados nessa fase de testes da PCD
instalada em Cruzeiro, será possível
conhecer o comportamento do rio no período
noturno, quando diminui a atividade industrial
no Vale, e até detectar lançamentos
clandestinos que poderiam ser feitos à
noite.
Com a ampliação
de pontos monitorados na bacia, integrando
dados de qualidade e quantidade da água,
será possível gerar séries
de dados confiáveis, respaldadas nas
séries históricas da CETESB
e do CPTEC/INPE. A expectativa é de
que os dados da rede possam ainda fundamentar
o processo de outorga e cobrança pelo
uso da água; subsidiar o planejamento
e a execução de obras; ordenar
o uso e a ocupação do solo;
e oferecer subsídios a estudos hidrológicos
para projetos e obras hidráulicas e
de abastecimento.