28/11/2005 - Os índios
Trumais, da região do Xingu, no Mato
Grosso, soltaram nesse fim de semana os dois
funcionários do Instituto Brasileiro
de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) e os três da Fundação
Nacional do Índio (Funai) que foram
feitos reféns na semana passada. Os
funcionários faziam uma operação
de combate ao desmatamento na aldeia dos Trumais,
no Parque Nacional do Xingu, quando foram
aprisionados pelos índios. A assessoria
de imprensa da Funai informou que os reféns
não sofreram violência.
De acordo com o coordenador
geral de fiscalização do Ibama,
Arty Fleck, os caciques Ararapã, da
etnia Trumai, autorizou a entrada dos madeireiros
na área. A denúncia da exploração
da área foi feita por índios
das outras 13 etnias que vivem na região
e que são contra o desmatamento em
terras indígenas.
"A operação
vai continuar nos próximos dias. O
Ibama está rastreando as madeireiras
que receberam as madeiras da terra e todos
vão ser responsabilizados", disse
Arty Fleck. Ele informou, ainda, que os índios
usaram rifles de repetição,
pistolas e outras armas de fogo para aprisionar
os funcionários.
Por lei, as terras indígenas
são áreas de preservação
que não podem ser desmatadas. "O
parque do Xingu não tem histórico
de desmatamento. Esse episódio foi
o primeiro e deve ser combatido de maneira
exemplar. Há uma ligação
cultural e religiosa dos índios com
a terra e é para isso que elas existem,
para promover essa integração",
explicou Arty Fleck.