Greenpeace
exige medidas de proteção ao
clima imediatas para evitar impactos catastróficos
das mudanças climáticas
29-11-2005 - Montreal (Canadá)
- O Greenpeace ergueu uma ampulheta de quatro
metros de altura do lado de fora da Conferência
das Nações Unidas sobre Mudanças
Climáticas, em Montreal, para lembrar
a todos os delegados participantes que o tempo
está se esgotando. A Cúpula
do Clima – a primeira desde que o Protocolo
de Kyoto entrou em vigor – começou
nesta segunda-feira, dando início a
duas semanas de negociações
cruciais para a proteção do
clima da Terra.
"O tempo está
se esgotando. As mudanças climáticas
não são um problema distante
com o qual teremos que lidar em algum dia
no futuro. De fato, nós temos muito
pouco tempo para evitar os impactos mais catastróficos.
Sem ações decisivas e imediatas
dos governos aqui, logo iremos nos ver dirigindo
um trem acelerado e sem freios”, disse Carlos
Rittl, Coordenador da Campanha de Clima do
Greenpeace no Brasil.
Se as mudanças climáticas
seguirem sem controle, muitos de seus efeitos
serão irreversíveis. Os glaciares
no oeste da China poderão desaparecer
até 2100; as geleiras oceânicas
de verão do Ártico poderão
desaparecer antes do final deste século,
deixando ursos polares, focas, morsas e algumas
espécies de aves marinhas à
beira da extinção; e nas próximas
décadas, há o risco de que mudanças
climáticas regionais combinadas com
os efeitos do desmatamento transformem a floresta
amazônica em uma vegetação
muito mais pobre e seca. As perdas para a
população local e para a biodiversidade
serão terríveis e irreversíveis.
O Greenpeace defende que
o objetivo das políticas mundiais sobre
o clima deve ser o de manter a média
de aumento da temperatura global inferior
a 2º C acima dos níveis pré-industriais,
uma posição também adotada
pelos chefes de governo da União Européia.
Ainda é econômica e cientificamente
possível fazer isso com os meios tecnológicos
de que dispomos hoje. As decisões feitas
em Montreal vão determinar se essas
opções permanecerão ou
não viáveis.
Para o Greenpeace, o fortalecimento
e a expansão do Protocolo de Kyoto
para um próximo período, de
2013 a 2017, provocarão um crescimento
da confiança do mercado de carbono
e vão encorajar investimentos em tecnologias
limpas. Esse processo deve começar
agora em Montreal e deverá ser finalizado
até 2008.
"Os 156 governos que
ratificaram o Protocolo de Kyoto têm
agora que mostrar que estão realmente
comprometidos com a solução
do problema, com metas de redução
de gases do efeito estufa muito mais rigorosas
para os países industrializados. O
Brasil é um dos maiores emissores mundiais,
principalmente por causa do desmatamento da
Amazônia. O país deve assumir
seu papel de liderança nas negociações
internacionais, propondo soluções
que resolvam o problema da destruição
da Amazônia e que também contribuam
para o clima do planeta’ concluiu Rittl.