05/12/2005 – A coordenação
estadual da 2ª Conferência Nacional
do Meio Ambiente no Rio Grande do Sul avalia
que um dos pontos altos do evento – que terminou
na última semana – foi a diversidade.
A conferência contou
com a participação de órgãos
governamentais, empresários, pescadores,
agricultores, estudantes, representantes sindicais,
organizações não-governamentais
(ONGs), catadores de material reciclável,
quilombolas e índios, entre outros.
Essa pluralidade foi reafirmada na composição
dos delegados eleitos na conferência.
Além disso, 1.300 pessoas participaram
do fórum.
Na opinião da gerente
do Ibama, Cecília Hipólito,
integrante da coordenação da
conferência, "a construção
da participação do conjunto
da sociedade na formulação das
políticas públicas de meio ambiente
é um processo longo e complexo, que
requer envolvimento e aceitação
das diferenças, muitas vezes, aparentemente
inconciliáveis".
Ela aponta que a questão
ambiental, historicamente, foi tratada apenas
por especialistas, órgãos governamentais
e "obstinados ambientalistas". Atualmente,
"toda a sociedade está se apropriando
dessa discussão e incorporando no seu
cotidiano a responsabilidade ambiental".
Como resultado prático,
Cecília Hipólito afirma que
a discussão apontou a necessidade da
inserção das comunidades tradicionais
nos debates e resoluções, "levando
em consideração a distribuição
geográfica, território, resgate
oral das práticas do cotidiano ancestral".
A gerente do Ibama afirma
que, apesar da avaliação positiva,
há problemas que precisam ser apontados.
Entre eles, "a dificuldade de acesso
aos recursos financeiros; o atraso no recebimento
do material de divulgação e
texto base; a demora na confirmação
da data e local de realização
do evento".
Na conferência do
Rio Grande do Sul foram eleitos 55 delegados,
sendo 12 do poder público, 14 do setor
empresarial e 29 da sociedade (movimentos
sociais, ONGs e sindicatos).