09/12/2005 - A Funai concluiu
a identificação e delimitação
da Terra Indígena Taquara, situada
no Município de Juti, Mato Grosso do
Sul. O presidente da Fundação,
Mércio Pereira Gomes, acolheu os estudos
de identificação realizados
pelo antropólogo Levi Marques Pereira
e autorizou a publicação dos
resultados no diário Oficial da União.
Os trabalhos de identificação
foram iniciados pela Portaria nº 1.176/Pres,
de 23 de dezembro de 1999, mas os trabalhos
foram interrompidos até que um novo
técnico fosse nomeado. Apesar do atraso
na identificação da terra indígena,
agora finalmente os Kaiwáde Taquara
detêm a posse e usufruto de uma área
de 9.700 hectares.
Os Kaiwá são
um povo do tronco Tupi, da família
lingüística Tupi-Guarani, que
no Brasil engloba também os Nhandeva
e os M'Byá. Hoje, os Kaiwá ocupam
pequenas aldeias situadas em uma faixa de
terra, com cerca de 150 quilômetros
de cada lado da linha da fronteira entre o
Brasil e o Paraguai, país onde são
denominados Pãi Tavyterã.
A região é
um território historicamente ocupado
pelos índios e é por eles denominada
de tetã. Estudos históricos
atestaram que os atuais Kaiwá, por
ocasião do Tratado de Madri em 10000-60,
já se encontravam no território
que hoje ocupam.
Tradicionalmente, os Kaiwá
são agricultores de floresta tropical.
Praticam a caça, como principal fonte
de proteína, e a pesca e a coleta,
como atividades subsidiárias. O calendário
de desenvolvimento das atividades produtivas
está relacionado ao calendário
das festas e rituais religiosos e são
baseados, também, na relação
de parentesco e aliança. Além
de milho e mandioca, os Kaiwá cultivam
amendoim, feijão, cana-de-açúcar,
cará, batata e algumas frutas, como
manga, laranja e banana.