10/12/2005 - A ministra
do Meio Ambiente, Marina Silva, assinou hoje
(10) ato para a constituição
do Conselho Gestor da Reserva da Biosfera
do Pantanal, que terá por competência
elaborar e monitorar o plano de ação
da reserva. O documento foi assinado durante
a abertura da 2ª Conferência Nacional
do Meio Ambiente, que segue em Brasília
até a próxima terça-feira
(13).
Com características
próprias e espécies não
encontradas em outros locais do Brasil, o
Pantanal foi considerado Reserva da Biosfera
Mundial pela Organização das
Nações Unidas para a Educação,
Ciência e Cultura (Unesco) em 2000.
No mesmo ano, ele foi considerado, também
pela Unesco, como Patrimônio Natural
da Humanidade. A concessão dos títulos
foi dada em um momento crítico, quando
diversos fatores ameaçavam a estabilidade
do ecossistema, que possui maior planície
alagada do planeta.
As reservas da biosfera
mundiais, segundo informou o Ministério
do Meio Ambiente, são escolhidas baseadas
na capacidade delas conciliarem a conservação
da biodiversidade e a utilização
econômica desses recursos com a promoção
do desenvolvimento sustentável. Elas
são indicadas pelos Estados-Membros
da Unesco, entre eles o Brasil, após
um processo de consulta e coordenação
com agências governamentais, comunidades
locais, Organizações Não
Governamentais e iniciativa privada; e permanecem
sob a jurisdição soberana de
seus países.
No mesmo ano em que o Pantanal
tornou-se Reserva da Biosfera, a Unesco designou
o mesmo título a outros 20 novos sítios,
em 15 países. A primeira reserva da
biosfera brasileira é a mata atlântica,
um dos ecossistemas mais ameaçados
do planeta.
O título concedido
pela Unesco de Patrimônio Natural da
Humanidade, há cinco anos, também
fez abrir novas perspectivas para o Pantanal.
A atribuição do título
foi importante para estimular a preservação
da região e facilitar o acesso a linhas
de crédito oferecidas por programas
internacionais.
Também hoje, na abertura
da 2ª Conferência, foi assinado
contrato entre o procurador da Procuradoria-Geral
da Fazenda Nacional, Maurício Oliva,
e o governo alemão, que prevê
repasse de R$ 40 milhões para a implementação
de dois corredores ecológicos: o Corredor
Central da Amazônia, que vai de Manaus
até a fronteira com a Colômbia,
e o Corredor Central da Mata Atlântica,
que vai do sul da Bahia até o estado
do Espírito Santo.
O embaixador da Alemanha
no Brasil, Friedrich Von Kunow, afirmou que
com este recurso será possível
desenvolver ações que protejam
ainda mais a biodiversidade brasileira. Ele
destacou que cuidar das reservas brasileiras
não é só responsabilidade
do governo brasileiro, e sim de todo o mundo.
"O Brasil é enorme e tem as maiores
reservas ambientais de todo o mundo. Junto
com o Brasil podemos fazer muitas coisas para
o meio ambiente, ajudando a sociedade brasileira
e o restante do mundo", disse.