(01/12/05) - Mais de 650
tartarugas-da-amazônia (Podocnemis expansa)
apreendidas de traficantes e devolvidas à
natureza é o resultado mais significativo,
até o momento, da missão de
fiscalização ambiental realizada
no baixo Rio Branco, ao sul do Estado de Roraima.
A apreensão ocorreu na manhã
do dia 29, na localidade de Sororoca, quando
um dos traficantes, Mário Gomes, foi
preso em flagrante e encaminhado à
Polícia Civil em Caracaraí,
130 km rio acima.
Os quelônios foram
localizados em “currais” improvisados em meio
à mata marginal ao rio, locais utilizados
pelos traficantes como depósito temporário,
até que embarcações maiores
os levem, principalmente, para Manaus, onde
alcançam mais de R$500 por cabeça,
dada a intensa demanda ocasionada pelo hábito
cultural do amazonense de comer carne de tartaruga,
notadamente nas festas de final de ano.
Os animais são capturados
nas praias formadas na vazante do rio Branco,
na região ao norte de Santa Maria do
Boiaçu, próximo ao Parque Nacional
do Viruá, um dos locais de mais abundância
da tartaruga na Amazônia. Registros
oficiais já apontaram a eclosão
de mais de 700 mil filhotes ao ano. O período
de desova estende-se de novembro a dezembro,
facilitando a captura das fêmeas que
se juntam em grande número para desovar
nos bancos de areia.
Com a tarefa de “coibir
a pesca predatória e a captura de quelônios”
na região do baixo rio Branco, a missão
conjunta, chefiada pelo técnico ambiental
do Ibama, Alcino Brito dos Santos, é
composta pelo também técnico
ambiental Raimundo Neto Alves; por dois agentes
ambientais, Roberto Souza e Betão Herberth,
e dois auxiliares de campo, Tarciso Feitosa
e Francisco Camarão, da Fundação
Estadual do Meio Ambiente - Femact. O poder
de polícia da equipe está sendo
exercido por três homens da Polícia
Militar de Roraima.
A equipe navega na embarcação
“João Padeiro”, comandada pelo experiente
prático Raimundo Lopes, de propriedade
da Femact, e foi financiada pelo Ibama Roraima,
via administração do Parque
Nacional do Viruá, com recursos disponibilizados
pelo “Programa Áreas Protegidas da
Amazônia” (Arpa), num montante de mais
de 18 mil reais gastos em combustível
e diárias para os integrantes da equipe.
Iniciada no último dia oito de novembro,
a missão teve seu regresso adiado para
15 de dezembro, em virtude da intensa atividade
de traficantes de tartaruga no baixo curso
do rio Branco.