02/12/2005 - Os novos rumos
da certificação florestal em
nível mundial estarão em discussão
de 5 a 9 de dezembro em Manaus, no Hotel Tropical
Business, durante a Assembléia Geral
do Forest Stewardhip Council ou Conselho de
Manejo Florestal - mais conhecido pela sigla
FSC. O Brasil, que detém um terço
das florestas tropicais do mundo, é
o primeiro país a sediar uma assembléia
geral da organização internacional
fora de sua sede, na Alemanha. Cerca de 250
pessoas de 55 países devem participar
do evento, que inicia com reuniões
técnicas temáticas e segue com
a apresentação e votação
das moções, concluindo com visitas
de campo. Do Brasil serão cerca de
30 participantes de ongs ambientais, movimentos
sociais e empresas do setor florestal que
já obtiveram a certificação.
O selo verde FSC atesta a origem do insumo
florestal no produto e constitui uma garantia
de que a matéria-prima provém
de uma floresta manejada conforme os mais
elevados padrões ambientais, sociais
e econômicos, bem como em cumprimento
com todas as leis vigentes.
"A certificação FSC é
um instrumento para manter em pé a
floresta e tem efeito modernizador no setor
florestal, trazendo com isso grandes benefícios
ambientais, sociais e econômicos para
o país e a sociedade como um todo",
diz Denise Hamú, secretária
geral (CEO) do WWF-Brasil. "Ao agregar
valor ao produto florestal resultante de práticas
sustentáveis, o selo verde FSC significa
uma oportunidade para que as comunidades tradicionais
da Amazônia mantenham sua cultura e
estilo de vida e, ao mesmo tempo, tenham acesso
a melhores condições de vida,
de trabalho e de renda", observa Luís
Meneses, coordenador do Programa Amazônia
do WWF-Brasil, que estará representando
a entidade no evento, juntamente com Mauro
Armelin, coordenador de Políticas Públicas;
Estevão Braga, técnico de desenvolvimento
de mercados para produtos de origem sustentável;
e Regina Vasquez, assessora de Comunicação.
O WWF-Brasil desenvolve diversos projetos
em prol do manejo florestal sustentável
e da certificação FSC, integra
a câmara ambiental do FSC Brasil e é
vice-presidente de seu Conselho Diretor.
Segundo Ana Yang, secretária executiva
do FSC-Brasil, "várias questões
estratégicas para o Brasil estarão
em pauta no evento: certificação
e mercado, a questão da floresta tropical
e a das florestas plantadas, as questões
sociais na certificação, e o
papel do Estado, entre outras". Na assembléia
será também apresentado o planejamento
estratégico do FSC para os próximos
10 anos.
Dez anos depois de sua criação,
o FSC atingiu cerca de 67 milhões de
hectares de florestas certificadas em todo
o mundo (dados de novembro de 2005). No Brasil,
são 3,5 milhões de hectares
certificados (dos quais 1.264.785 hectares
são de floresta natural da Amazônia).
As unidades florestais certificadas no Brasil
pertencem a 62 organizações,
incluindo tanto o manejo empresarial quanto
o comunitário. E o número de
organizações com certificação
da cadeia de custódia (que rastreia
o insumo florestal do produto final até
a árvore de onde foi retirada a matéria-prima)
chega a 185 no país. Os produtos brasileiros
com o selo verde FSC incluem livros, papel,
lápis, embalagens, móveis, portas,
janelas, pisos, objetos de decoração
e utilidade doméstica, diversos produtos
derivados de madeira para a construção
civil, casas pré-fabricadas, instrumentos
musicais, talheres e ferramentas com cabo
de madeira, vassouras e pincéis, carvão
vegetal para churrasco, e também não-madeireiros,
como óleos essenciais (para uso farmacêutico,
cosmético e alimentício), jarina
(marfim vegetal), couro vegetal (feito da
borracha), erva-mate, palmito, fitocosméticos
e fitoterápicos, entre outros.