10/12/2005 - Ao participar
hoje (10) da abertura da 2ª Conferência
Nacional do Meio Ambiente, em Brasília,
a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva,
disse que seu ministério está
aberto para debater qualquer assunto relacionado
com a área, e voltou a cobrar participação
de toda a sociedade para a busca do maior
desafio do governo: "combinar desenvolvimento
sustentável com a política de
comando e controle". Segundo ela, além
do Ministério do Meio Ambiente, todas
as outras pastas do governo Lula estão
empenhadas nessa missão.
Para a sociedade, a ministra
deixou um recado claro. Disse que as políticas
públicas, tanto às ligadas ao
meio ambiente quanto às ligadas aos
outros setores, não podem nunca ser
pensadas só a partir da visão
dos governantes. Devem, acima de tudo, contar
com a participação de toda a
sociedade. "Nos entendemos que as políticas
devem ser formuladas sempre num processo aberto,
horizontalizado, com a participação
dos diferentes segmentos da sociedade. A implementação
das políticas e a correção
delas precisam do apoio da sociedade".
Ela disse que os recursos
naturais e a biodiversidade do país
são responsáveis pela metade
do nosso Produto Interno Bruto (PIB). E voltou
a afirmar: "A responsabilidade de um
país com essa magnitude não
pode estar nas mãos apenas dos seus
governantes. Afinal de contas, nós
não somos eleitos para substituir os
nossos representados. Nós temos que
nos colocar na condição de representantes,
e o representante tem que entender, seja no
governo, seja em qualquer cargo, que ele está
ali para fazer mediações, mediações
de conflitos, mediações nos
processos". E antes de terminar o seu
discurso, bastante aplaudido, reiterou que
"o interesse de um nunca pode se sobrepor
ao interesse da maioria".
A 2ª Conferência
Nacional do Meio Ambiente, com o tema "Política
ambiental integrada e uso sustentável
dos recursos naturais", vai até
a terça-feira (13), no Marina Hall.
Cerca de 2 mil pessoas, entre representantes
dos governos, do movimento social, de organizações
não-governamentais e do setor empresarial
devem participar do encontro. Na pauta, estão
questões como revitalização
do Rio São Francisco, desmatamento
da Amazônia, queimadas, mudanças
climáticas, poluição
dos rios e da atmosfera, criação
de unidades de conservação e
desenvolvimento sustentável de comunidades
tradicionais.
Assim como na primeira edição
do encontro, em 2003, a 2 Conferência
aprovará documento com diretrizes e
propostas que serão encaminhadas ao
Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
Essas deliberações serão
implementadas e incorporadas às ações
do Ministério do Meio Ambiente e de
outras pastas do governo federal.