(01/12/05) - O diretor
de Proteção Ambiental do Ibama,
Flávio Montiel, defendeu ontem a criação
de uma carreira exclusiva de fiscal ambiental
no órgão. Como hoje a carreira
não existe e a atividade envolve risco
de morte, muitos servidores que atuam como
fiscais (admitidos, porém, como analistas
ambientais) acabam trocando de área
dentro da Casa, deixando a fiscalização
permanentemente vulnerável em termos
de disponibilidade e capacitação
profissional.
Quando isso ocorre, todo
o investimento feito pelo Ibama na capacitação
desses profissionais em fiscalização
se perde. É preciso abrir o cofre de
novo para capacitar outros que, amanhã,
podem também abandonar a atividade.
Montiel defende não
só a criação da carreira,
mas a adoção de salários
em patamares condizentes com a especialização
e o grau de periculosidade da atividade, acrescido
de gratificações e outros benefícios.
“Precisamos motivar o servidor a continuar
na carreira de fiscal. De outro lado, é
necessário que a lei assegure a possibilidade
de que técnicos possam estar aptos
a exercer a função de fiscal,
não como funcionário de carreira,
mas como colaborador”.
Montiel defendeu a proposta
durante o I Encontro Nacional de Chefes da
Divisão de Fiscalização
do Ibama (Dicof), no hotel Phenícia,
em Brasília. Quarenta chefes de Dicof
estão presentes ao evento, que termina
nesta sexta-feira.
O Ibama possui, hoje, 1.675
servidores que atuam como fiscais no País.
Todos foram nomeados por portaria. A maioria
está na região Norte, vitimada
por desmatamento na Amazônia Legal.
São 609 fiscais. Em segundo lugar,
com 391 fiscais, vem a região Nordeste,
famosa pelas tentativas de escoamento do tráfico
internacional de animais retirados nas florestas
brasileiras. Depois vem o Sudeste, com 249;
Sul, com 188 e Centro-Oeste, com 167.