(02/12/05) - O Projeto
Peixe-Boi prepara a transferência dos
peixes-bois Guape e Guaju. Atualmente eles
estão em um cativeiro natural dentro
do manguezal, situado na gamboa de Caracabu,
localizada na margem sul do Rio Mamanguape,
no município de Rio Tinto (PB).
A necessidade dessa transferência
de um cativeiro para outro, se dá porque
o primeiro, construído em 1996 e que
com o propósito de readaptar ao ambiente
natural os filhotes de peixe-boi marinho resgatados
pelo Projeto Peixe-Boi, encontra-se com a
estrutura comprometida por conta do tempo
de uso. Além disso, ele está
assoreado e com bancos de areia o que dá
condições inadequadas para a
permanência dos animais na maré
cheia.
Durante o período
de permanência neste cativeiro, os peixes-bois
reaprendem a conviver com a dinâmica
da maré, com a movimentação
das correntes, com a turbidez e as variações
de salinidade da água, com o substrato
estuarino e com a oferta de alimentos do manguezal.
“Desde sua criação,
o cativeiro possibilitou a readaptação
de quatro peixes bois e viabilizou, até
o momento, a reintrodução de
dois indivíduos”, explica Roberto Barbosa,
executor do Centro Mamíferos Aquáticos/Ibama,
na Paraíba, com referência aos
animais Xuxu e Folia, reintroduzidos em abril
de 1999.
De acordo com o executor,
o novo cativeiro ficará a 700 metros
do que já existe atualmente e a 1,3
quilometro da unidade executora. Para observar
os peixes-bois partindo do Centro de Visitantes,
os turistas vão levar 20 minutos numa
canoa a remo, único tipo de embarcação
permitido para tráfego no local por
causa da ocorrência de outros animais
desta espécie e da possibilidade de
acidente com eles.
Mas, a princípio,
essas visitas vão acontecer somente
pelo lado de fora do cercado. Pelo menos nos
primeiros 60 dias, quando vai acontecer um
estudo do processo de adaptação
de Guape e Guaju ao novo cativeiro. Será
observado o comportamento dos animais para
só então avaliar e traçar
as alternativas que estarão disponíveis
para visitação pública.
“O cativeiro é maior
que o atual, com capacidade para três
animais. Vai ocupar uma área de 18,9
mil metros quadrados e terá uma profundidade
máxima de 2,8 metros na maré
cheia. Condições favoráveis
à readaptação de filhotes
de peixes-bois marinhos” atesta Barbosa.
O Projeto Peixe-Boi é
executado pelo Centro Mamíferos Aquáticos/Ibama,
em co-gestão com a Fundação
Mamíferos Aquáticos e patrocínio
oficial da Petrobras. Conheça um pouco
mais da história dos dois animais da
Paraíba:
Guape foi encontrado encalhado
na comunidade de Coqueirinho, na Baía
da Traição, em dezembro de 1995.
Após o comunicado do encalhe por um
pescador, o animal foi transferido para a
Unidade Reabilitação, na Sede
Nacional do Projeto Peixe-Boi. Depois de quatro
anos na Ilha de Itamaracá (PE), Guape
foi levado para o cativeiro natural onde vive
com Guaju, recebendo a visita de inúmeras
pessoas todos os dias. Atualmente, com oito
anos, Guape apresenta 270 cm de comprimento
total e 296 Kg.
Guaju tem esse nome porque foi encontrado
na Praia do Inácio em Guaju, Sagi,
no Rio Grande do Norte, em fevereiro de 1996.
O animal foi resgatado e transferido para
a Unidade Reabilitação, na Sede
Nacional do Projeto Peixe-Boi. Lá sempre
ficava próximo de Guape, no oceanário,
por isso foram levados juntos para o cativeiro
natural na Barra do Rio Mamanguape. Guaju,
hoje com nove anos, apresenta 227 cm de comprimento
total e 180 Kg.