09/12/2005 - A ocupação
irregular das Áreas de Proteção
Permanente (APP); o desmatamento ilegal da
caatinga e a pesca predatória são
três dos principais problemas ambientais
enfrentados pelo Ceará.
Por isso, segundo o gerente-executivo
do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama)
no estado, Raimundo Bonfim Braga, esses são
os pontos de destaque do documento final da
conferência estadual do Meio Ambiente
que será levada ao encontro nacional
em Brasília.
Ele afirma, porém,
que esses são problemas antigos. "As
APPs, por exemplo, vêm sendo ocupadas
irregularmente há vários. São
construções, geralmente casas
de veraneio de pessoas mais favorecidas, que
vão lá e simplesmente constroem
suas casas nessas áreas. Agora o Ibama
começou a fiscalizar isso".
Braga aponta ainda o desmatamento
da caatinga como outro problema ambiental
sério dada a fragilidade desse bioma
e o impacto das atividades agrícolas
concentradas nessa região. "A
quantidade de queimadas e a extração
de material sem acompanhamento são
um risco para esse bioma".
Mas, de acordo com o gerente
executivo do Ibama, a questão da pesca
é a que mais preocupa os ambientalistas.
"Existe atualmente no Ceará uma
pesca que representa 80% da atividade pesqueira
que é a da lagosta. É gritante
porque o estoque de lagosta não suporta
esse esforço". Para ele, essa
é uma pratica predatória que
não se resolve por exemplo com o defeso,
ou seja, a proibição temporária
da pesca durante o período de reprodução.
"Para reduzir a atividade pesqueira você
tem que tirar gente de lá. E, para
isso, é preciso oferecer outras oportunidades".