08/12/2005 – Para garantir
a redução contínua no
desmatamento da Amazônia, o ministro
interino do Meio Ambiente, Claudio Langone,
afirmou que é preciso aprovar o Projeto
de Lei de Gestão de Florestas Públicas
(PL 4776).
"Sem esse marco legal
dificilmente conseguiremos manter a tendência
de queda [no desmatamento] uma vez que temos
todos muita clareza de que é preciso
combinar fiscalização com busca
de alternativas para o desenvolvimento econômico
da região", disse ele em entrevista
coletiva de rádio, hoje (8).
Pesquisa divulgada esta
semana pelo Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe) revelou queda de 30% no desmatamento
entre agosto de 2003 e julho de 2004. Para
Langone, o manejo florestal sustentável
é uma alternativa de desenvolvimento
para a região. Cerca de 90% da madeira
é extraída ilegalmente na Amazônia.
Com o projeto de lei, o ministro interino
disse que a produção de madeira
certificada poderia aumentar a arrecadação
cerca de 20 vezes. "Ao invés de
exportar madeira bruta, poderíamos
produzir aqui os produtos com valores agregados
para exportação com a marca
Amazônia", explicou.
Langone defendeu também
que é preciso estabelecer novas bases
para a agropecuária que possibilite
o aproveitamento das áreas já
degradadas. "Não tem sentido e
racionalidade que, com toda a capacidade tecnológica
que o Brasil tem, estejamos deixando para
trás hoje 160 mil quilômetros
de áreas abandonadas dentro do fenômeno
que chamamos de efeito gafanhoto, as atividades
econômicas vêm, exploram por alguns
anos, abandonam e partem."
O ministro interino ressaltou
que o projeto de lei é importante porque
a maior parte das terras na Amazônia
é pública. Com o projeto, os
recursos naturais disponíveis poderão
ser explorados por meio da concessão
do direito de uso. "É a única
saída para manter essas terras públicas
e manter a floresta sobre essas terras",
concluiu.