11/12/2005 Um levantamento
do Instituto de Estudos Socioeconômicos
(Inesc) afirma que a produção
de soja em Roraima, Mato Grosso, Mato Grosso
do Sul, Pará, Maranhão, Goiás,
oeste de Minas Gerais, Bahia e no Piauí
está devastando a flora e a fauna nativas
dos cerrados e as plantações
de agricultores familiares. "Nem mesmo
as comunidades indígenas locais, com
seus territórios demarcados pelo estado
Nacional, estão livres de serem pressionadas
a ceder suas terras para a implantação
da monocultura de soja", revela o documento.
O reconhecimento por lei
do cerrado como um bioma no Brasil o que
permitiria avançar em sua preservação
está entre as cerca de 3.800 propostas
formuladas durante as Conferências Municipais,
Regionais, Estaduais e Setoriais do Meio Ambiente,
informou o coordenador-executivo da 2ª
Conferência Nacional de Meio Ambiente,
Eugênio Spengler. A conferência
ocorre em Brasília e vai até
a próxima terça-feira (13).
Segundo o levantamento do
Instituto de Estudos Socioeconômicos
(Inesc), a Proposta de Emenda Constitucional
(nº 115/95), que dispõe sobre
a inclusão dos Cerrados como patrimônio
nacional, continua parada no Congresso Nacional.
"Passados dois anos
desde que a ministra do Meio Ambiente, Marina
Silva, anunciou que seria criado um programa
específico para esse bioma (o Cerrado),
muito pouco ou quase nada saiu do papel",
afirma o levantamento do instituto sobre o
caso.
"A pressão da
bancada ruralista e das bases do agronegócio
tem sido, infelizmente, mais hábil
e convincente, impondo seus interesses a um
governo infelizmente refém do receituário
financista neoliberal e do compromisso de
gerar superávit primário",
avalia o Instituto.
Dados do Inesc mostram que
os Cerrados ocupam 37% do território
nacional brasileiro, o que corresponde a 315
milhões de hectares.
O Instituto de Estudos Socioeconômicos
publica, a cada três meses, relatórios
em que analisa o cumprimento da agenda socioambiental
no contexto das políticas públicas.