09/12/2005 – O ministro
da Integração Nacional, Ciro
Gomes, disse hoje (9) que a revitalização
do Rio São Francisco precisa ocorrer
simultaneamente à integração
do rio com as bacias do Nordeste setentrional.
Segundo ele, o processo de recuperação
levará 20 anos para ser concluído.
Entretanto, argumentou Ciro,
as obras para levar a água do rio até
Paraíba, Ceará, Rio Grande do
Norte e Pernambuco tampouco podem deixar de
ser iniciadas agora. "A tragédia
do desabastecimento (de água) já
é real. Não dá mais para
esperar", disse, durante debate com representantes
dos governos do Nordeste e de entidades da
sociedade civil da região.
De acordo com o ministro,
o processo de revitalização
envolve a recuperação da mata
ciliar, obras de saneamento básico
e de desassoreamento do leito do rio. Cerca
de 95% da mata ciliar original foi devastada
e está sendo recuperada por meio de
um projeto, iniciado há um ano e meio,
de produção de mudas pelas comunidades
ribeirinhas. Segundo Ciro Gomes, 250 cidades
nem sequer tinham um projeto para receber
as obras de saneamento. "Nós já
fizemos o projeto de 40 cidades e oito já
estão em obras", informou.
O ministro interino do Meio
Ambiente, Claudio Langone, assegurou que a
integração não comprometerá
a sustentabilidade ambiental do rio. Langone
ressaltou, no entanto, que é preciso
um projeto de desenvolvimento regional. "A
revitalização do São
Francisco precisa de um conjunto de obras,
mas precisa também de uma estratégia
de gestão na região com participação
comunitária e com a modificação
dos vetores de desenvolvimento que levaram
ao processo de degradação",
afirmou.
Este ano, segundo o coordenador
do projeto de integração do
São Francisco, Pedro Brito, do Ministério
da Integração Nacional, o governo
investiu R$ 100 milhões na revitalização.
Para 2006, já estão previstos
R$ 120 milhões, além de outros
R$ 660 milhões do Ministério
das Cidades, especificamente para obras de
saneamento em 86 municípios. Uma proposta
de emenda constitucional que está em
tramitação na Câmara dos
Deputados prevê a destinação
obrigatória de um total de cerca de
R$ 6 bilhões para as ações
de recuperação nos próximos
20 anos.