05/12/2005 - Rio Grande (RS) tornou-se hoje
o 25o município brasileiro a aderir ao
programa Cidade Amiga da Amazônia, do
Greenpeace. O prefeito Janir Branco (PMDB) assinou
o termo “Compromisso pelo Futuro da Floresta”
juntamente com o Greenpeace e o Núcleo
de Educação e Monitoramento Ambiental
(Nema) durante solenidade no gabinete do prefeito.
O objetivo do Cidade Amiga da Amazônia
é fazer com que os municípios
implementem leis locais para evitar o consumo
de madeira amazônica proveniente de desmatamentos
e extração ilegal nas licitações
promovidas pelas prefeituras.
“Rio Grande é
a segunda cidade gaúcha que
adota medidas concretas para promover
o desenvolvimento sustentável
da Amazônia”, comemora Adriana
Imparato, do programa Cidade Amiga
da Amazônia, do Greenpeace.
“Ao adotar critérios para a
compra de madeira nas licitações
promovidas pela prefeitura, Rio Grande
está ajudando a fechar o mercado
para quem trabalha com madeira de
origem criminosa”. “Aqui em Rio Grande
nossos compromissos não ficam
só no papel. Temos uma equipe
colegiada que cuida da implementação
de cada documento que assinamos, e
com a Cidade Amiga da Amazônia
não vai ser
|
diferente”, afirmou o
prefeito Janir Branco, durante a assinatura
do compromisso. A indústria madeireira
é uma das principais forças de
destruição da Amazônia.
Cerca de 70% da madeira produzida na região
é consumida pelo mercado brasileiro e
as prefeituras consomem grandes volumes em obras
públicas e mobiliário. Entre 2003
e 2004, 26.130 quilômetros quadrados de
florestas foram completamente destruídos
na Amazônia, o equivalente a seis campos
de futebol desmatados por minuto.
Ao aderirem ao programa
do Greenpeace, as prefeituras contribuem de
maneira concreta para reduzir a destruição
criminosa da floresta. Para tornar-se uma
“Cidade Amiga da Amazônia”, as administrações
devem formular leis municipais que exijam
quatro critérios básicos em
qualquer compra ou contratação
de serviço que utilize madeira produzida
na Amazônia: proibir o consumo de mogno,
uma espécie ameaçada; exigir,
como parte dos processos de licitação,
provas da origem legal e em Planos de Manejo
Florestal da madeira; dar preferência
à madeira certificada pelo FSC, um
sistema que garante a origem sustentável
do produto florestal; e orientar construtores
e empreiteiros a substituir madeiras descartáveis
utilizadas em tapumes, fôrmas de concreto
e andaimes por alternativas reutilizáveis
como ferro ou chapas de madeira resinada.
A adesão de Rio Grande
ao programa do Greenpeace contou com a participação
do Núcleo de Educação
e Monitoramento Ambiental (Nema), organização
não-governamental sem fins lucrativos,
de utilidade pública municipal, que
atua na região há 20 anos. De
acordo com Renato Carvalho, diretor do Nema,
é preciso buscar alternativas para
o uso responsável dos recursos naturais
ao mesmo tempo em que se preserva a floresta.
“É extremamente importante para o planeta
que a Amazônia seja protegida”, afirma
Carvalho. “Nós, que estamos distante
da floresta, também podemos fazer a
nossa parte e, neste sentido, a campanha do
Greenpeace nos oferece a chance de participar
ativamente da proteção da maior
floresta tropical do planeta. A prefeitura
de Rio Grande também está dando
uma lição de consciência
ambiental que terá impactos para todo
o planeta. Esperamos que iniciativas assim
se multipliquem para outros ecossistemas e
recursos naturais”.
Outros 24 municípios
já participam do programa do Greenpeace,
entre eles São Paulo (SP), Manaus (AM)
e, no estado de São Paulo: Botucatu,
Piracicaba, Santos, Guarulhos, Osasco, Americana
e Campinas, entre outros.