05/12/2005 - O 1º
Seminário sobre Conservação
e Manejo de Fauna Silvestre na Bacia Hidrográfica
do São Francisco (BHSF) começa
nesta terça-feira (06), no Recife.
O objetivo do evento é reunir informações
técnicas sobre o tema e traçar
diretrizes e prioridades de ação
para a conservação da fauna
da região. O evento, organizado pela
Diretoria de Fauna e Recursos Pesqueiros do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama),
é financiado pelo Ministério
do Meio Ambiente, com recursos do Programa
de Revitalização da Bacia do
São Francisco.
Os pesquisadores irão apresentar um
panorama das informações disponíveis
sobre a fauna silvestre da região e
detalhar as pesquisas que compõem o
projeto Ecologia, Conservação
e Manejo da Fauna Silvestre na Bacia do Rio
São Francisco , executado por centros
especializados do Ibama, em parceria com outras
instituições de pesquisa. A
iniciativa foi aprovada pelo Programa de Revitalização
e terá R$ 1,2 milhão em recursos
até o final do próximo ano.
O projeto está dividido em pesquisas
específicas para estudo de répteis,
anfíbios, aves, mamíferos e
primatas.
Também serão definidas as diretrizes
e protocolos metodológicos que guiarão
os trabalhos sobre assunto nos próximos
dois anos. A idéia é possuir,
em 2007, um plano de ação para
o manejo e conservação da fauna
da Bacia do São Francisco. O encontro
segue até o dia 08 de dezembro, no
Auditório da Companhia Hidro Elétrica
do São Francisco (Chesf).
Subprojetos - Quatro pesquisas fazem parte
do projeto Ecologia, Conservação
e Manejo da Fauna Silvestre na Bacia do Rio
São Francisco . Uma delas monitora
o status de conservação de répteis
e anfíbios na região e irá
propor alternativas de proteção
e manejo das espécies ameaçadas
e também para aquelas com potencial
de uso sustentável. De acordo com o
Centro de Conservação e Manejo
de Répteis e Anfíbios (RAN)
do Ibama e Associação Brasileira
para Conservação das Tartarugas,
que conduzem os trabalhos, essa área
possui pelo menos 52 espécies de serpentes,
04 de quelônios, 01 de crocodiliano,
48 de anfíbios e 47 de lagartos. Um
dos objetivos específicos do levantamento
é gerar informações sobre
o Caiman latirostris, jacaré-do-papo-amarelo,
animal muito comum nos anos 50, mas hoje ameaçado
de extinção em algumas localidades.
O Centro de Proteção de Primatas
Brasileiros é o responsável
pelo inventário de espécies
existentes na região, bem como um diagnóstico
dos grupos ameaçados. Os remanescentes
florestais localizados na bacia do rio São
Francisco abrigam pelo menos quatro espécies
de primatas ameaçadas de extinção
- Callicebus personatus, Callicebus coimbrai,
Callicebus barbarabrownae e Cebus xanthosternos.
Os três últimos estão,
inclusive, entre os 10 primatas brasileiros
considerados criticamente em perigo.
Um terceiro projeto estuda a composição,
abundância e a sazonalidade das aves
terrestres e aquáticas, residentes
e migratórias, que ocorrem no lago
da usina hidrelétrica de Sobradinho,
uma área de 4.214 km2, resultado da
barragem da Companhia Hidro Elétrica
do São Francisco (Chesf). De acordo
com a Associação Brasileira
para Conservação das Aves (Proaves),
responsável pela pesquisa, aves são
indicadores de qualidade ambiental e instrumentos
importantes para avaliar os efeitos de quaisquer
alterações ambientais causadas
por empreendimentos. O resultado do trabalho
pode ajudar na conservação das
espécies e de seus habitats na área
de influência do lago.
Uma quarta investigação, desenvolvida
pelo Centro Nacional de Pesquisas para a Conservação
de Predadores Naturais (Cenap), começou
a estudar os mamíferos da região,
com ênfase nas populações
de carnívoros.