07.12.2005 - Santa Maria, Rio Grande e São
Leopoldo foram as primeiras cidades gaúchas
a aderirem ao programa Cidade Amiga da Amazônia,
do Greenpeace. O programa tem como objetivo
a adoção de leis locais, por parte
dos municípios, para evitar o consumo
de madeira amazônica proveniente de desmatamentos
e exploração ilegal nas licitações
das prefeituras.
“Santa Maria, Rio
Grande e São Leopoldo são
os primeiros municípios do
Rio Grande do Sul a adotar medidas
concretas para promover o desenvolvimento
sustentável da Amazônia,
ajudando a fechar o mercado de madeira
ilegal”, comemora Adriana Imparato,
do programa Cidade Amiga da Amazônia.
A primeira cidade gaúcha a
aderir ao Cidade Amiga da Amazônia
foi Santa Maria, no dia 2 de dezembro.
“Esse é um protocolo
histórico para a cidade”, afirmou
o prefeito de Santa Maria, Valdeci
Oliveira (PT), durante a assinatura
do termo de compromisso com o Greenpeace
e a Fundação Moã.
“Promoveremos muitas ações
com o Greenpeace, fazendo a fiscalização
da madeira que passa por aqui”. No
dia 5 de dezembro foi a vez do prefeito
de Rio Grande, Janir Branco (PMDB),
a assinar o termo “Compromisso pelo
Futuro da Floresta”, juntamente com
o Greenpeace e o Núcleo de
Educação e Monitoramento
Ambiental (Nema). “Aqui em Rio Grande
nossos compromissos não ficam
só no papel. Temos uma equipe
colegiada que cuida da implementação
de cada documento que assinamos e,
com Cidade Amiga da Amazônia,
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não vai ser diferente”,
afirmou ele. Dois dias depois, o prefeito de
São Leopoldo, Ary Vanazzi (PT-RS) também
assinou o termo de compromisso. “Nossas compras
serão sustentáveis a partir de
agora. Pode ser difícil, mas faremos
o que é de responsabilidade de poder
público: defender a Floresta Amazônica,
que é o principal patrimônio da
humanidade”, afirmou o prefeito. Com a assinatura,
São Leopoldo tornou-se o 26o município
brasileiro a participar do Cidade Amiga da Amazônia.A
indústria madeireira é uma das
principais forças de destruição
da Amazônia. Cerca de 70% da madeira produzida
na região é consumida pelo mercado
brasileiro e as prefeituras consomem grandes
volumes em obras públicas e mobiliário.
Entre 2003 e 2004, 26.130 quilômetros
quadrados de florestas foram completamente destruídos
na Amazônia, o equivalente a seis campos
de futebol desmatados por minuto. Ao aderirem
ao programa do Greenpeace, as prefeituras contribuem
de maneira concreta para reduzir a destruição
criminosa da floresta. Para tornar-se uma “Cidade
Amiga da Amazônia”, as administrações
devem formular leis municipais que exijam quatro
critérios básicos em qualquer
compra ou contratação de serviço
que utilize madeira produzida na Amazônia:
proibir o consumo de mogno, uma espécie
ameaçada; exigir, como parte dos processos
de licitação, provas da origem
legal e em Planos de Manejo Florestal da madeira;
dar preferência à madeira certificada
pelo FSC, um sistema que garante a origem sustentável
do produto florestal; e orientar construtores
e empreiteiros a substituir madeiras descartáveis
utilizadas em tapumes, fôrmas de concreto
e andaimes por alternativas reutilizáveis
como ferro ou chapas de madeira resinada. |