02/12/2005 – Os países e as organizações
não governamentais da União Européia
vão financiar um amplo estudo com levantamento
minucioso da região da Bacia do Paraguai,
envolvendo territórios do Brasil, Bolívia
e Paraguai. O plano vai levantar as características
do solo, fauna e flora, identificar os problemas,
as potencialidades, traçar diretrizes
e apontar as medidas necessárias para
promover o desenvolvimento da região
com preservação do meio ambiente.
A idéia surgiu e
está sendo conduzida pelo Instituto
Alterra da Universidade de Wageningen da Holanda.
Hoje, em Cuiabá (MT), acontece o primeiro
workshop com técnicos do Ministério
de Desarrollo Sostenible (Bolívia),
Ministério do Meio Ambiente (Brasil),
Secretaria Del Ambiente (Paraguai), Secretarias
de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul e Mato
Grosso, Centro de Pesquisas do Pantanal e
Ecobusiness.
Representam Mato Grosso
do Sul na reunião de Cuiabá
o assessor de Planejamento da Sema, Aldayr
Heberle e a bióloga Eni Garcia de Freitas,
da Gerência de Recursos Hídricos
do Imap (Instituto de Meio Ambiente Pantanal).
“Nesse primeiro encontro já vamos tirar
um esboço do que será o projeto,
definir o que será estudado, que dados
constarão dessa pesquisa. Nós
defendemos que seja um levantamento completo
para orientar todas as ações,
quer seja no sentido de recuperar e preservar
o meio ambiente, ou de exploração
econômica da região”, opinou
Heberle.
A proposta foi encaminhada
à União Européia e aprovada
em maio passado. Ainda não está
definido o valor do investimento, “mas certamente
serão milhões de euros”, supõe
o assessor de Planejamento da Sema, tendo
em vista o número de técnicos
envolvidos e o tempo que a pesquisa vai demandar.
“Será um passo importante para conseguirmos
financiamentos até da própria
União Européia para implementar
as ações que o estudo apontar
necessárias.”
Em novembro de 2000, a Unesco
anunciou a criação da reserva
mundial da biosfera no Pantanal. Em dezembro,
ele foi declarado pela ONU (Organização
das Nações Unidas) Patrimônio
Natural da Humanidade. O governo federal chegou
a elaborar o Programa Pantanal, um conjunto
de ações que previa investimentos
de US$ 160 milhões na região,
desde saneamento básico nas cidades,
pavimentação de rodovias, melhorias
das condições de vida nas aldeias
a medidas de recuperação do
meio ambiente. Dez anos se passaram e o programa
não se concretizou; a linha de crédito
aberta com o Bid (Banco Interamericano de
Desenvolvimento) foi cancelada.
Cronograma – O segundo workshop
será em Campo Grande, que também
sediará um simpósio bi-regional
para definir a cooperação internacional
na pesquisa, comparação das
prioridades, entre outras informações.
Devem participar entre 90 a 100 pessoas. Desse
evento sai o documento final que será
encaminhado aos governos da bacia do Paraguai
e às entidades que participam da União
Européia. Começa, então,
a busca por financiadores das ações
propostas.