13/12/2005 - A taxa de
alfabetização dos povos indígenas
brasileiros saltou de 50% em 1991 para 73,9%
em 2000, porcentagem superior à da
população não-índia,
com idasde a partir de 15 anos de idade, cujo
crescimento foi de 8,1% no mesmo período.
Os dados divulgados hoje (13) constam de um
estudo sobre a população indígena
realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) com base nos resultados
dos Censos Demográficos de 1991 e de
2000.
A redução
do analfabetismo entre os índios e
seus descendentes foi maior na área
rural, principalmente da região nordeste,
onde de acordo com o estudo há grande
concentração de reservas indígenas.
Em 2000 a região registrou a maior
taxa de escolarização entre
indígenas: 67,8%, contra 31,6% em 1991.
Segundo o Censo 2000, a
taxa de escolarização para as
pessoas de 5 a 24 anos de idade em geral era
de 68,3%, enquanto para os indígenas
atingia 56,2%. Em 1991, apenas 29,6% dos autodeclarados
indígenas nesta faixa etária
estavam na escola. No início da década
de 90, os indígenas com 10 anos de
idade ou mais tinham em média dois
anos de estudo e passaram para 3,9 anos em
2000. A população em geral tinha
em média 5,9 anos de estudo em 2000.
Na área urbana, a média de tempo
de estudo dos indígenas cresceu de
4 para 5,3 anos, mais o maior aumento ocorreu
na área rural, de 1,2 para 2 anos de
estudo.
Sobre a mortalidade infantil,
o Censo 2000 aponta que os números
entre os índios foram bem mais elevados,
se comparados com a população
brasileira em geral. Em cada mil indígenas
nascidos vivos, 51,4 morriam, enquanto entre
a população não-índia,
em cada mil nascidos vivos, 30,1 morriam.
Também chamou a atenção
no estudo o fato de que no país como
um todo a mortalidade infantil dos indígenas
residentes em áreas urbanas (52,2 por
mil) é mais elevada que nas áreas
rurais (47 por mil), o inverso do que se verifica
para a população em geral. A
taxa de fecundidade das índias seguiu
a mesma curva das mulheres em geral do país.
A queda foi de quase 30% entre 1991 e 2000,
ficando em pouco menos de quatro filhos.
Por fim, o estudo mostra
que os autodeclarados indígenas eram
predominantemente católicos, tanto
no censo de 1991 como no de 2000, acompanhando
a população como um todo, mas
outras religiões ganharam força.
Os evangélicos tiveram crescimento,
principalmente os de origem pentecostal (novas
correntes) de 7,7% para 11,9%, e os espíritas
passaram de 0,3% para 0,8%.