13/12/2005 - A falta de
uma política voltada para a inclusão
dificulta o acesso de pessoas com deficiência
ou restrição de mobilidade à
atividade turística, segundo a palestrante
Adriana Camisão, que abordou o tema
Turismo e Acessibilidade, durante o fórum
Diálogos do Turismo - Uma Viagem de
Inclusão, realizado pelo MTur e Ibam
em Brasília. A pesquisadora destacou
que o Brasil possui uma das legislações
mais avançadas do mundo em termos de
suporte à promoção de
acessibilidade, como o Decreto Federal 5296,
de 02 de dezembro de 2004, mas que não
é seguido integralmente.
Vários são
os benefícios que decorrem do investimento
na adaptação da infra-estrutura
para os portadores de deficiência, tanto
de equipamentos públicos quanto privados,
como a geração de mais divisas
para os países, mais negócios
com o setor privado, a melhoria no desenvolvimento
das comunidades locais, e da infra-estrutura
e qualidade de vida da população
em geral. “Esses benefícios são
resultados naturais da geração
de novas oportunidades de trabalho para pessoas
portadoras de deficiência e favorecem
diretamente a redução da pobreza”,
disse a palestrante.
Para os donos dos meios
de hospedagem, várias ações
foram recomendadas e descritas como possíveis,
em curto prazo e com custo baixo, de modo
a facilitar a estada do cliente por meio de
um meio físico acessível, como
a construção de rampas, a facilitação
nas entradas e circulações,
a adaptação de unidades acessíveis
de alojamento, a construção
de banheiros de uso comum, e o uso de superfícies
táteis e contrastes, integradas com
sistemas de áudio nos elevadores.
Mas para tornar possível
ao portador de deficiência a vivência
da atividade turística, a pesquisadora
frisou dois aspectos fundamentais: o acesso
à informação e à
comunicação e aos serviços
de transporte público. A cidade de
Buenos Aires deu um passo nesse sentido, ao
substituir os elevadores, de difícil
operação e alto custo de manutenção,
pelos ônibus com piso baixo, fabricados
no Brasil. “De nada adianta uma cidade ser
acessível se ela não possui
transporte acessível. O sistema tem
de ser completo”, alertou a pesquisadora.
A palestra foi encerrada
com a apresentação de fotos
de casos de sucesso, como a adaptação
feita pela cidade de Barcelona à acessibilidade,
exigida pelo Comitê Olímpico
Internacional para sediar os Jogos Olímpicos,
e o sistema de transporte integrado da cidade
de Curitiba.