(16/12/05) - Uma baleia
da espécie Physeter macrocephalus,
conhecida como cachalote, encalhou morta na
manhã da última quarta-feira
(14) nos arrecifes do Pina, zona sul do Recife.
Na semana passada, um golfinho nariz-de-garrafa
(Tursiops truncatus) foi encontrado morto
há 100 metros do local.
De acordo com a veterinária
e engenheira de pesca da Fundação
Mamíferos Aquáticos, Jeane Kury,
a baleia tem aproximadamente 18 metros e 20
toneladas, dados que só serão
comprovados após a biometria, quando
o animal chegar na praia.
O resgate começou
às 16h de ontem (15), quando a maré
atingiu o mais alto nível (2,2m), o
que facilitou a remoção da carcaça
até a praia. “Vamos decidir se retalhamos
a baleia e a levamos para a sede nacional
do Centro Mamíferos Aquáticos
(CMA)/Ibama, na Ilha de Itamaracá,
para realização de necropsia,
ou se a enterramos na própria praia”,
comenta Jeane Kury.
Uma equipe da Empresa de
Manutenção e Limpeza Urbana
(Emlurb), da Prefeitura do Recife, ficou a
postos com dois tratores, dois caminhões
caçamba e um muck para efetuar a transferência
para Itamaracá, caso fosse necessário.
O Corpo de Bombeiros também esteve
presente no local para não deixar que
a população chegasse próximo
do animal ou entrasse na água.
Essas medidas foram adotadas
para prevenir contaminações,
dado o avançado estado de decomposição
do animal, observado pela coloração
clara da pele e pelo forte cheiro exalado.
Há registro de mordida de tubarão
no corpo do animal.
De acordo com o Plano de
Ação para Mamíferos Aquáticos,
editado pelo Ibama em 2001, a espécie
encontra-se em estado vulnerável de
conservação. Isso significa
que as cachalotes correm alto risco de extinção
nos mares do Brasil a médio prazo.
O animal pode chegar até
52 toneladas e 20 metros de comprimento e
vive cerca de 77 anos. A espécie habita
as águas profundas de todos os oceanos.
Esses animais geralmente evitam os pólos.
No Brasil sua distribuição vai
desde o Rio Grande do Sul até o Nordeste.
Educação Ambiental
– A escola Caminhar, localizada no bairro
de Brasília Teimosa, próximo
ao local do encalhe, levou cerca de 18 crianças
de três a seis anos para ver pela primeira
vez uma baleia. A professora Giseuda Avelino
aproveitou para dar uma aula diferente. As
crianças ficaram encantadas quando
souberam que o animal é da mesma espécie
que engoliu Pinóquio e Gepeto. “Eles
também batizaram a baleia de Charlote,
depois de descobrirem que a espécie
dela é cachalote”, acrescenta a professora.