13/12/2005 – O desmatamento
na Região Amazônica causa prejuízos
irreversíveis para a biodiversidade,
segundo pesquisadores do Instituto de Pesquisas
da Amazônia (Inpa) e do Museu Paraense
Emílio Goeldi. Na avaliação
da pesquisadora do Goeldi, Ana Luisa Albernaz,
as áreas protegidas legalmente no país
têm pouco apoio e ao longo da cabeceira
do Rio Solimões, por exemplo, quase
não existem áreas de proteção.
"Os conservacionistas
acabam optando por proteger áreas distantes
do ambiente de várzea, preferindo trabalhar
onde não existe ocupação
do homem. É preciso fazer algo em relação
à perda da biomassa e da biodiversidade
provocada pelos desmatamentos", afirma.
A pesquisadora abordou a
questão por ocasião da mesa
redonda "Integridade Biótica na
Amazônia", quando se destacou o
fato de que os ecossistemas e a biodiversidade
da Amazônia vêm sendo influenciados
negativamente pelo processo de ocupação
regional, sendo que mais de 12% da floresta
já foi derrubada nas últimas
décadas. Destacou-se, ainda, o fato
de que as áreas desmatadas se encontram
em diferentes estados de degradação
tanto do solo como da biodiversidade animal
e vegetal.
Para o pesquisador do Inpa,
Antônio Manzi, "existe uma relação
direta entre o desmatamento e as mudanças
climáticas, com alterações
inclusive no regime pluviométrico da
Amazônia". Ao concluir a palestra,
o coordenador da mesa redonda, o pesquisador
Luiz Antônio Oliveira, também
do Inpa, afirmou que o segredo da sustentabilidade
é também um problema de escala
biotecnológica. "O desmatamento
provoca mudanças climáticas,
alterações na biodiversidade
da flora e da fauna, e alcança, até
mesmo, os microorganismos e enzimas existentes
no ambiente da região", afirma.