16/12/2005 - A direção da CETESB
- Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
recebeu na quinta-feira (15/12), o novo coordenador
da JICA no Brasil - agência de cooperação
técnica do Japão -, Masahiro Kobayashi,
para uma visita de cortesia. Durante o encontro,
Kobayashi recebeu informações
atualizadas sobre a construção
do laboratório de dioxinas e furanos,
onde serão instalados equipamentos recebidos
do governo japonês, num programa de cooperação
internacional com valor aproximado de US$ 800
mil.
"A JICA é uma
grande parceira não só da CETESB
mas do país e tem os nossos agradecimentos
pelos trabalhos de muitos anos de cooperação"
salientou o presidente da companhia, Rubens
Lara.
Masahiro Kobayashi, em retribuição,
ressaltou o papel de destaque que a CETESB
ocupa como líder no setor ambiental,
tanto no Brasil como na América Latina,
destacando a importância do repasse
dos conhecimentos técnicos para outros
estados e países. O representante da
JICA colocou à disposição
da CETESB o envio de peritos que poderão
treinar os técnicos brasileiros quando
o laboratório estiver concluído.
O coordenador da JICA foi
informado sobre a publicação,
na próxima semana, do edital de licitação
para a construção do prédio
que abrigará o novo laboratório.
A previsão dos técnicos é
de que as obras sejam concluídas em
seis meses, quando passará por um período
de testes durante dois meses. Todo esse cuidado
é necessário por ser uma instalação
que abrigará um laboratório
de controle muito rigoroso, com equipamentos
extremamente sensíveis e amostras com
alta toxicidade.
Rubens Lara afirmou que
a construção deste laboratório
é de grande interesse para o governo
brasileiro e, em especial, para o Ministério
do Meio Ambiente, que também está
contribuindo com R$ 500 mil para a sua construção,
uma vez que a redução dos POP's
(poluentes orgânicos persistentes) é
uma das metas mundiais das Nações
Unidas para os próximos anos.
O laboratório para
a análise de dioxinas e furanos, conhecidos
como poluentes orgânicos persistentes
(POPs), oriundos principalmente de processos
de combustão. Esses poluentes podem
entrar na cadeia alimentar e bioacumular-se
no organismo humano, causando problemas de
saúde como toxicidade dérmica,
imunotoxicidade e carcinogenicidade, com efeitos
na reprodução, teratogênicos
e endócrinos. Este será o primeiro
laboratório de um órgão
público no País para realizar
este tipo de análise, atualmente existe
apenas um laboratório privado, no Rio
de Janeiro. O novo laboratório da CETESB
vai proporcionar um avanço na área
de tecnologia e meio ambiente, oferecendo
autonomia na detecção desses
poluentes.
As dioxinas e furanos são
compostos que integram a lista dos "doze
sujos", conforme deliberação
aprovada na Convenção de Estocolmo.
As fontes possíveis de formação
incluem os incineradores de resíduos
perigosos e hospitalares, as queimadas e vários
tipos de queima e combustão que ocorrem
nos processos industriais, além dos
gases de escapamentos de veículos,
principalmente diesel.