12/12/2005 – Na comunidade
quilombola Conceição das Crioulas,
que fica no município de Salgueiro
(PE), a falta de informação
é um dos principais inimigos do meio
ambiente. Por isso, a artesã e professora
Maria de Lourdes da Silva, que representa
a comunidade na 2ª Conferência
Nacional do Meio Ambiente, veio a Brasília
pedir que o governo ofereça oficinas
de capacitação no local onde
vive. Para ela, dessa forma, os cerca de quatro
mil remanescentes de quilombos poderão
aprender mais sobre as formas de preservar
o meio ambiente.
A professora disse que,
muitas vezes, ocorrem queimadas porque os
moradores de Conceição das Crioulas
não têm a consciência de
que, ao jogar uma ponta de cigarro no mato
seco, podem provocar um incêndio. "Nem
todo mundo tem condições de
participar de reuniões, de ter esse
aprendizado, então a gente sente uma
grande necessidade disso, de ter uma orientação
maior".
Segundo ela, outro problema
que poderia ser minimizado com a realização
de oficinas de capacitação é
o acúmulo de lixo. Maria de Lourdes
acredita que, se os remanescentes de quilombos
recebessem orientações sobre
formas corretas de destinação
dos resíduos, os danos ao meio ambiente
seriam menores. "Penso que seria muito
bom o investimento numa pessoa da comunidade,
que tivesse mais conhecimento das coisas,
e que repassasse isso para os outros".
A participação
social é um dos destaques da 2ª
Conferência Nacional do Meio Ambiente,
que começou no sábado (10) e
termina amanhã (13). Dos 1,5 mil delegados
que vieram dos estados para participar do
encontro, metade representa movimento sociais
e organizações não-governamentais.
Dos 50% restantes, 30% são representantes
do setor empresarial e 20%, do setor governamental.
Os participantes do
encontro discutem propostas relativas ao tema
Política Ambiental Integrada e Uso
Sustentável dos Recursos Naturais.
Ao final do encontro, será aprovado
um documento com as conclusões dos
debates, que será encaminhado ao Conselho
Nacional do Meio Ambiente (Conama).