12/12/2005 - O Fórum
em Defesa dos Direitos Indígenas (FDDI)
foi um dos escolhidos para receber o prêmio
que o governo federal concede anualmente.
Também receberam a homenagem a autora
de telenovelas Glória Perez, o Instituto
de Defesa da Diversidade Sexual (Divasf),
a Comissão de Direitos Humanos da Universidade
Federal da Paraíba (UFPB) e o Conselho
Federal de Psicologia.
A união da sociedade
civil organizada e do movimento indígena
na luta pela garantia dos direitos e dos territórios
indígenas foi reconhecida oficialmente.
O Fórum em Defesa dos Direitos Indígenas
(FDDI) foi um dos agraciados com o Prêmio
de Direitos Humanos 2005 do governo federal.
A premiação ocorreu ontem, segunda-feira,
dia 12 de dezembro, no Ministério da
Justiça, em Brasília. O secretário-geral
do Fórum, Francisco Avelino Batista
Apurinã, recebeu a homenagem das mãos
de Mário Mamede, ministro interino
da Secretaria-especial de Direitos Humanos
da Presidência da República.
Criado em junho de 2004,
o FDDI agrega dez organizações
indígenas e indigenistas, entre elas
o Instituto Socioambiental (ISA), o Centro
de Trabalho Indigenista (CTI),a Coordenação
das Organizações Indígenas
da Amazônia Brasileira (Coiab), a Federação
das Organizações Indígenas
do Rio Negro (Foirn), a Articulação
dos Povos e Organizações Indígenas
do Nordeste, ES e MG (Apoinme), o Conselho
Indigenista Missionário (Cimi), a Associação
Brasileira de Antropologia (ABA), Comissão
Pró-Yanomami (CCPY) entre outros. "Este
é o reconhecimento de que o Estado
não pode realizar nenhum tipo de ação
ou política voltada aos povos indígenas
sem a participação das organizações
indígenas e das outras organizações
da sociedade que trabalham com a causa indígena",
avaliou Batista. Ele afirmou também
que o prêmio fortalece o elo entre entidades
indígenas e indigenistas.
O FDDI foi um dos responsáveis
pela organização do Abril Indígena,
conjunto de mobilizações ocorridas,
em abril deste ano em várias partes
do País, em defesa dos direitos dos
povos indígenas. Como parte delas,
o Fórum organizou o Acampamento Nacional
Terra Livre, de 25 a 29 de abril, em plena
Esplanada dos Ministérios, em Brasília,
que reuniu mais de 700 lideranças,
de 89 povos indígenas, para participar
de debates, manifestações culturais,
audiências públicas e encontros
com autoridades. O FDDI tem tido atuação
destacada na articulação política
do movimento indígena nacional e na
tentativa de formular e implantar uma nova
política indigenista nacional.
O Prêmio
Direitos Humanos é ofertado pelo Ministério
da Justiça há dez anos a pessoas,
instituições e movimentos sociais
que lutam em defesa dos direitos humanos em
várias áreas diferentes como
ações afirmativas, comunidades
indígenas, educação em
direitos humanos, pessoas com deficiência
e segurança pública. Neste ano,
também receberam a homenagem, a autora
de telenovelas Glória Perez, o Instituto
de Defesa da Diversidade Sexual (Divas), a
Comissão de Direitos Humanos da Universidade
Federal da Paraíba (UFPB) e o Conselho
Federal de Psicologia. O Movimento Nacional
de Meninos e Meninas de Rua (MNMMR), o Grupo
de Apoio e Prevenção à
AIDS (Gapa), o Grupo Tortura Nunca Mais e
a coordenadora da Pastoral da Criança,
Zilda Arns, também já receberam
a premiação.