16/12/2005 - Ainda não
é possível avaliar se foi cumprido
o principal objetivo da operação
Uiraçu, de combate ao desmatamento
no sul do Amazonas. Os resultados da operação
foram divulgados hoje (16) pelo Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama). Como não
se dispõe ainda dos dados mais recentes
do desmatamento na região, não
é possível garantir que ele
tenha sido reduzido nem estimar o quanto da
floresta deixou de ser destruída, graças
à operação, segundo o
Ibama.
"A gente entrou em
campo no início da seca e ficou até
o fim. Nossa meta era prevenir o desmatamento,
muito mais do que identificar e punir os responsáveis
pelas queimadas e derrubadas já realizadas.
Até porque o Brasil liderou na Conferência
Internacional das Partes da Convenção
de Mudanças Climáticas a proposta
de que o desmatamento evitado pudesse ser
negociado como crédito de carbono",
explicou o gerente-executivo do Ibama, Henrique
Pereira.
Até agora, o Ministério
do Meio Ambiente só divulgou os dados
mais recentes do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe) – relativos ao período
entre agosto de 2004 e setembro de 2005 –
para toda a região Amazônica.
Eles apontam uma redução de
31% na taxa de desmatamento. Para o Amazonas,
o último dado se refere ao período
entre agosto de 2003 e setembro de 2004 –
quando houve uma redução de
39% na taxa de desmatamento.
Um levantamento realizado
pelo Sistema de Proteção da
Amazônia na área total dos 12
municípios do sul do estado (que foram
alvo da Uiraçu) mostrou que o desmatamento
neles aumentou em média 16% entre 2003
e 2004.
Segundo o chefe da Divisão
de Planejamento e Monitoramento de Operações
(Placon) do Sipam, Jair Schmitt, a acompanhamento
do desmatamento no sul do Amazonas continua
e os dados relativos a 2005 devem ser divulgados
entre março e abril do próximo
ano. "Também estamos trabalhando
também no levantamento da destruição
florestal em todos municípios de Roraima",
contou ele.
Os 12 municípios
do sul do Amazonas são: Guajará,
Ipixuna, Eirunepé, Envira, Pauini,
Boca do Acre, Lábrea, Canutama, Humaitá,
Manicoré, Novo Aripuanã e Apuí.
Ao contrário do Sipam, o Inpe não
trabalha a área integral dos estados
amazônicos, mas sim com imagens de satélite
por amostragem – por isso, não dispõe
de dados por município.