(16/12/05) - A“Operação
Defeso 2005/2006”, do Ibama, já apreendeu
quase 100 toneladas de pescado ilegal nas
vistorias realizadas em diversos frigoríficos,
balsas e embarcações por todo
o estado. Somente em uma única balsa
em Manacapuru foram encontrados 34 toneladas
de pescado ilegal, entre tambaqui, aruanã,
curimatã, pirarucu, pacu e pirapitinga,
cujo estoque declarado ao Ibama estava inferior
ao verificado pelos fiscais.
Os peixes estavam na balsa
frigorífico “Yolanda Marques”, cujo
proprietário foi multado em R$ 350
mil. Em Manaus, em um único frigorífico
foram apreendidos 36 toneladas de curimatã,
cujo estoque não foi declarado ao Ibama.
A empresa também recebeu multa de R$
400 mil. A multa prevista varia R$ 700 a R$
100 mil, acrescido de R$ 10 por quilo de produto
ilegal.
Em Fonte Boa e Jutaí,
os técnicos do Ibama também
encontraram irregularidades em outros três
frigoríficos. Em Fonte Boa, o dono
de um desses estabelecimentos chegou a ser
preso pela Polícia Militar por ter
em estoque mais de meia tonelada de tambaqui
abaixo do tamanho mínimo permitido.
Em Jutaí, os dois
frigoríficos vistoriados tinham uma
quantidade menor de peixe em estoque do que
o declarado ao Ibama. Em um dos estabelecimentos,
foi verificada uma declaração
de estoque de 5 toneladas de aruanã,
mas o produto não foi encontrado. No
segundo, a declaração de estoque
registrava 20 toneladas de tambaqui, mas os
fiscais verificaram apenas 15 toneladas. O
valor das multas ainda será analisada
pelo Ibama
De acordo com Leonardo Maeda,
analista do Núcleo de Recursos Pesqueiros,
alguns frigoríficos se utilizam da
prática de declarar um estoque maior
do que o que possuem para poder pescar durante
o período de defeso, maquiando o produto
com as guias do Ibama como se tivessem sido
pescado antes.
Ainda na região de
Fonte Boa e Jutaí, cinco embarcações
foram surpreendidas pescando após o
período de defeso já ter se
iniciado. Os técnicos do Ibama apreenderam
mais de 5 toneladas de pirarucu, tambaqui
e pirapitinga, e os responsáveis foram
detidos pela Polícia Militar. Maeda
comemora a pequena quantidade de pescado apreendida
pois, segundo ele, isso significa que o Ibama
conseguiu chegar antes que os infratores cometessem
as irregularidades, ou pelo menos no início
da pesca ilegal.
O gerente executivo substituto
do Ibama, Mário Lúcio Reis,
alerta que a Operação Defeso
vai continuar até abril, quando se
encerra o período de reprodução,
e que a fiscalização dos barcos,
frigoríficos, feiras e restaurante
será rigorosa. “Quem apostar na pesca
ou comércio ilegal de peixes será
punido, pois o Ibama continuará com
intensiva fiscalização até
o final do defeso”, garante.
Fazem parte do defeso deste
ano tambaqui, mapará, pirapitinga,
curimatã, pacu, sardinha e aruanã,
cujo período de pesca ilegal foi prorrogado
até 15 de abril, além do pirarucu,
que também tem a pesca proibida durante
o ano todo.