15/12/2005 - A população
indígena cresceu quase seis vezes mais
do que a população em geral
no país entre 1991 e 2000. As maiores
taxas se registraram nas áreas urbanas,
principalmente da região sudeste. A
constatação é do estudo
Tendências Demográficas: uma
Análise dos Indígenas com Base
nos Resultados da Amostra dos Censos Demográficos
1991 e 2000, divulgado hoje (13) pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
De acordo com o estudo,
em 10 anos, o número de indígenas
cresceu 10,8% ao ano. Em 2000, 734 mil pessoas
(0,4% dos brasileiros) se auto-identificaram
como indígenas, um crescimento absoluto
de 440 mil indivíduos em relação
ao censo de 1991, quando 294 mil pessoas (0,2%
dos brasileiros) se diziam indígenas.
Entre as possibilidades
de justificativa para o fenômeno, o
IBGE destaca a imigração de
índios da Bolívia, Equador,
Paraguai e Peru; e o aumento do número
de indígenas em áreas urbanas
que optaram por se declarar descendentes de
índios no censo 2000.
No período investigado,
a região sudeste surpreendeu, aumentando
em cinco vezes o número de indígenas.
Em 1991, a região tinha o menor número
de descendentes de índios (30,5 mil)
e em 2000, 161,2 mil pessoas se declararam
indígenas. O Nordeste também
aumentou a participação: o número
de pessoas identificadas como indígenas
passou de 55,8 mil em 1991 para 170 mil em
2000.
A região norte continuou
concentrando o maior número de indígenas,
mas foi a área que apresentou o menor
ritmo de crescimento anual. Em 1991, 42,4%
da população se autodeclarava
indígena e em 2000 a taxa caiu para
29,1%. No Centro-Oeste, 17,9% da população
se dizia indígena em 1991 e em 2000
eram 14,2%. Na região sul, a taxa de
indígenas passou de 10,3% em 1991 para
11,5% em 2000.