14/12/2005 - A experiência
acumulada em mais de 30 anos como pesquisador
especialista em solos amazônicos, acaba
de ser reunida pelo engenheiro agrônomo
da Embrapa Amazônia Oriental (Belém-PA),
unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária-Embrapa, vinculada ao
Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento, José Raimundo Natividade
Gama em um livro que será lançado
no dia 15 de dezembro, às 20 horas,
no auditório do CREA-PA. Uma grande
diversidade de temas relacionados ao manejo
e a interpretação do solo comprova
que, como um recurso natural renovável,
o solo merece especial atenção
de todos, já que se constitui em suporte
para cobertura vegetal, fundamental à
existência dos seres vivos.
O autor enumera como principais
razões para que as terras se desgastem
e tornem-se menos produtivas a perda de estrutura
do solo, a perda de matéria orgânica,
a perda dos elementos nutritivos e a perda
de solo e boa parte do prejuízo pode
ser evitado com o manejo adequado do solo
que resumidamente significa diferentes formas
de utilizá-lo. O pesquisador, que é
doutor em solos e nutrição de
plantas pela USP (Escola Superior de Agronomia
Luiz de Queiroz), cita entre elas, a rotação
de culturas, o uso de adubos verdes, fertilização,
irrigação correta e cultivo
racional.
O livro intitulado “Solos:
“Manejo e Interpretação” aborda
em diferentes capítulos além
da erosão, as práticas conservacionistas
e sistemas de manejo, levantamento e planejamento
conservacionista, equação de
perdas de solo, discussão e interpretação
de dados analíticos, dinâmica
nos nutrientes no solo e recomendações
de calagem e adubação.
A publicação
pode ser adquirida na Embrapa Amazônia
Oriental, também refere-se às
etapas posteriores à substituição
da mata para implantação de
cultivos agrícolas ou pastagens. Segundo
ele explica, nos primeiros anos ocorre um
enriquecimento da camada superficial do solo,
isso se a erosão no local não
for muito acentuada, já que há
a liberação de nutrientes contidos
na biomassa através da queima do material
que pode ser desperdiçado se a erosão
não for evitada.
José Raimundo Gama
ressalta em seu trabalho que em solos de textura
média e arenosa boa parte dos nutrientes
é perdida por lixiviação.
A capacidade de troca desses solos é
normalmente baixa e a capacidade da planta
cultivada de absorver os nutrientes limitada.
E ele conclui : “a erosão hídrica
no Brasil tem sido, sem dúvida, um
dos fatores de desgaste que mais tem contribuído
para a improdutividade do solo, facilitada
e acelerada pelas práticas inadequadas
de agricultura efetuada pelo homem”.