15/12/2005 - A Secretaria
de Desenvolvimento Sustentável do Ministério
do Meio Ambiente apresenta, nesta sexta-feira
(16), seis novos produtos, entre eles dois
mapas acompanhados de CDs: o Macrozoneamento
Ecológico-Econômico da Bacia
do Rio São Francisco e Análise
da Ocupação dos Cerrados do
Sul do Piauí e Maranhão (Bacia
do Parnaíba). Os lançamentos
fazem parte da reunião anual do Programa
de Zoneamento Ecológico-Econômico,
que acontecerá no auditório
do Ministério das Comunicações,
às 14h.
O mapa e o CD da Bacia do Rio São Francisco
sistematizam informações produzidas
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) e incluem análises em duas vertentes.
Uma parte do trabalho é focada na ocupação
do território e nas mudanças
do perfil econômico da bacia nos últimos
anos. A outra, apresenta um diagnóstico
da qualidade ambiental do trecho sub-médio,
conhecido como "a região das corredeiras"
e que abrange uma superfície de 96.500
Km², nos estados da Bahia e Pernambuco,
limitado pelas barragens de Sobradinho e Itaparica.
De acordo com o trabalho, foram observadas
diversas formas de agressões ao meio
ambiente em toda a extensão da área
analisada, principalmente em função
do avanço desorganizado da ocupação
do território. O documento aponta que
algumas agressões têm maior destaque
devido à magnitude das suas repercussões
e o caráter imediato das reações
da natureza.
Neste grupo podem ser relacionados a ocupação
das margens dos rios, o despejo de resíduos
sólidos e esgotos in natura, a pesca
predatória, os desmatamentos, queimadas
e uso de agrotóxicos. Essas agressões
geralmente têm como conseqüência
o assoreamento dos canais de drenagem, erosão,
desertificação, poluição
dos solos e das águas pelo uso de agroquímicos
e a salinização dos solos.
Já a Análise da Ocupação
dos Cerrados do Sul do Piauí e Maranhão
é apenas um dos trabalhos que estão
sendo desenvolvidos na Bacia do Parnaíba.
O MMA também realiza o ZEE do Baixo
Parnaíba e o Macrozoneamento da Bacia.
A pesquisa contextualiza o processo de ocupação
e uso da terra por meio da análise
de dados secundários, constantes da
base de dados do IBGE, e de informações
levantadas em pesquisa de campo realizada
em outubro de 2004, junto a agentes e instituições
locais e regionais.
Os dois estados estão mudando seus
perfis de forma muito rápida em função
da expansão da fronteira agrícola,
principalmente com o cultivo de soja. De acordo
com a pesquisa, a produção do
grão na Bacia do Rio Parnaíba
está concentrada em apenas 29 municípios
dos 277 que estão total ou parcialmente
inseridos nela, mas quase 100% da soja dos
dois estados é produzida nessa região.
Segundos dados da Pesquisa Agrícola
Municipal (PAM), desenvolvida pelo IBGE, a
produção de soja na Bacia para
o ano de 2003 foi de quase um milhão
de toneladas, cinco vezes maior do que a verificada
para o ano de 1995 e quase 100 vezes maior
do que a de 1985.
Os pesquisadores destacam que é preciso
que o Estado se antecipe aos impactos negativos
que o processo de avanço da soja possa
causar ao meio ambiente e à população
da região. E acrescentam que o conhecimento
dos processos e práticas da agroindústria
são fundamentais para a elaboração
de tendências de ocupação
futura dos cerrados.
O MMA também lança nessa sexta-feira
um DVD com a Sistematização
de Informações para o Macrozoneamento
Ecológico-Econômico do Brasil,
Mapa Integrado dos Zoneamentos Estaduais da
Amazônia Legal, folder da Rede Virtual
de Informações da Caatinga e
cartilha explicativa e sumário executivo
do ZEE da região Integrada de Desenvolvimento
do Distrito Federal e Entorno.