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PLANO DE MANEJO DA FLORESTA NACIONAL DO TAPAJÓS É PUBLICADO

Panorama Ambiental
Santarém (PA) – Brasil
Dezembro de 2005

(12/12/05)- A Diretoria de Florestas (DIREF) e a Gerência Executiva do Ibama em Santarém lançou na última sexta-feira (9), a publicação do Plano de Manejo da Floresta Nacional Tapajós, conclusão de um trabalho iniciado em 2003, com objetivo de definir as regras para o uso sustentável da Unidade de Conservação. O evento também marcou o início da exploração múltipla sustentável dos recursos florestais, através do Projeto Ambé.

A elaboração do Plano de Manejo da Flona do Tapajós envolveu uma grande e variada equipe de profissionais especializados, que durante 2003 e 2004, coletaram dados sobre a Unidade de Conservação e realizaram diversas análises sobre os mesmos, e sobre outras pesquisas realizadas na Floresta Nacional ao longo de sua história. Além disso é preciso ressaltar a valiosa contribuição das populações tradicionais e dos seus conhecimentos sobre a área. O principal diferencial do Plano de Manejo é a ênfase na gestão e no manejo participativos, que buscam ser referências no gerenciamento das Florestas Nacionais.

Foram respeitadas várias etapas até a publicação, desde o Diagnóstico Rural Participativo, processo pelo qual as populações tradicionais se manifestaram, passando pela formação do Grupo de Apoio, levantamento bibliográfico, análise de imagens e cartografia, diagnóstico sobre fauna, zoneamento, programas de manejo, processo no qual foram detalhados o planejamento e as propostas de manejo, até a redação final do documento.

Criada pelo decreto nº 73.684, de 19 de fevereiro de 1974, a Floresta Nacional do Tapajós, primeira unidade de conservação desta categoria criada na Amazônia, teve momentos de tensão no seu começo, pois não era admitida a presença de populações dentro de áreas de conservação desse tipo. Algumas das famílias que foram assentadas nas margens da BR-163 (limite da Unidade) antes da criação da Flona e que estavam dentro da área da mesma foram desapropriadas e indenizadas, embora tenham lutado pela permanência. Também havia a questão da sede do município de Aveiro, dentro da Flona e de diversas comunidades tradicionais. A luta das comunidades para permanecer na área deu resultados e a regra mudou, passando a admiti-las.

Desde a implantação do Conselho Gestor em 1997 a FLONA é pioneira em gestão participativa, na qual além da atuação dos órgãos governamentais, há forte participação das comunidades e de vários setores da sociedade civil. As comunidades tradicionais tiveram voz ativa na discussão do Plano de Manejo, dando grande contribuição em sua elaboração.

A Flona do Tapajós foi a primeira floresta nacional a constituir um Conselho Consultivo nos moldes da Lei do SNUC, de 2000, o Conselho foi oficializado em 29 de julho de 2001, com a publicação da Portaria nº 84/01. O Conselho Consultivo tem o objetivo de contribuir para a conservação dos recursos naturais, promover a gestão e planejamento da unidade de conservação, constituindo uma experiência piloto para a gestão participativa de Florestas Públicas.

Hoje instância máxima do Conselho Consultivo da Floresta Nacional do Tapajós é a Assembléia Geral, que após a mudança do seu Regimento Interno em 2004, passa a contar com 30 participantes, sendo 40% dos quais representantes de comunidades tradicionais, 30% de representantes de organizações da sociedade civil e os outros 30% representantes de entidades governamentais. Projeto Ambé, um plano comunitário.

Dentre as 29 comunidades existentes na Floresta Nacional do Tapajós, algumas perceberam a necessidade de se unir para conseguirem melhor qualidade de vida, de trabalho, conciliado com a manutenção das características da sua terra e de seus modos de vida.

Dessa percepção nasceu o Projeto Ambé, um Projeto Piloto de Manejo Florestal Madeireiro Comunitário na Flona do Tapajós, proposto pela Cooperativa Flona Tapajós Verde, que hoje é uma das iniciativas promissoras apoiadas pelo componente 4 do ProManejo, executado pelo Ibama, com recursos do banco alemão Kfw via Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais (PPG7), e apoio da Agência de Cooperação Técnica Alemã (GTZ).

A Flona é uma unidade de conservação de uso sustentável onde é admitida a exploração dos recursos florestais mediante a observação de uma série de critérios que garantem a sustentabilidade da produção florestal, inclusive madeireira. No intuito de as próprias comunidades poderem realizar a exploração dos recursos florestais, as Associações Intercomunitárias ASMIPRUT e AITA, representando as comunidades da margem direita do rio Tapajós, e APRUSANTA representando as localizadas ao longo da BR 163, constituíram em fevereiro deste ano a Cooperativa Flona Tapajós Verde, personalidade jurídica proponente e executora do Projeto Ambé e de um Plano de Manejo Florestal de Uso Múltiplo (PMFS), na Floresta Nacional. Atualmente, o Projeto Ambé possui no seu quadro de manejadores e manejadoras, representantes de dez comunidades da Floresta Nacoional, que foram indicadas pelas Associações Intercomunitárias e selecionadas pela executiva da cooperativa. Essas pessoas atuam diretamente nos trabalhos em andamento nas imediações da base da Flona à margem da BR-163 no km 83. Apesar dessa seleção inicial, a porta fica aberta para as outras comunidades ingressarem no processo.

Os manejadores e manejadoras selecionados para o início do projeto já fizeram cursos de capacitação em derrubada direcionada, saúde e segurança no trabalho, planejamento de estradas secundárias e terciárias e primeiros socorros, ambos já com recursos da proposta técnico-financeira aprovada pelo ProManejo. Os referidos treinamentos são prioridades antes do início do manejo florestal, que num primeiro momento, ocorrerá numa área de 100 ha, cuja Autorização de Exploração (AUTEX) foi expedida no dia 16/11/05 pela Gerência Executiva do Ibama em Santarém. Além da madeira, que será comercializada na forma de toras para as empresas de Santarém e região, outros produtos florestais têm destaque no Projeto Ambé, sempre na perspectiva do uso múltiplo da floresta. As espécies que apresentam potencial não madeireiro no inventário 100% estão representadas por 13 espécies no Plano Anual de Operação (POA), das quais se pretende aproveitar os frutos e sementes, como nos casos de Castanha do Pará, de Andiroba, de Cumaru, de Cumaruí e de Piquiá; os leites, óleos, resinas e exudatos nos casos de Copaíba, de Seringueira, de Amapá Doce e de Amapaí; e as cascas, como nos casos de Preciosa, de Quinarana, de Carapanaúba e de Pau Rosa.

O Projeto Ambé prevê a ampliação das áreas de exploração com o passar do tempo. No segundo ano há a previsão de explorar 300 ha, no terceiro 500 ha. Os aumentos da área a ser explorada serão gradativos e respeitando a capacidade operacional e financeira da cooperativa. A previsão para o primeiro ano de exploração do projeto é colher 3000 m3 de madeira em tora, distribuídas em pouco mais de 60 espécies. A Área de Manejo Florestal (AMF) do PMFS aprovado pelo Ibama é da ordem de 32.000 ha e está situada na área de manejo florestal madeireiro da Flona do Tapajós, conforme estabelecido no Plano de Manejo da Unidade de Conservação.

 
 

Fonte: Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (www.ibama.gov.br)
Ascom (Christian Dietrich)

 
 
 
 
 
 

 

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