13/12/2005 – Em janeiro,
o Conselho Nacional de Recursos Hídricos
deverá votar o Plano Nacional de Recursos
Hídricos, que organiza e planeja a
gestão da água no país
para os próximos 15 anos. A informação
é do secretário Nacional de
Recursos Hídricos do Ministério
do Meio Ambiente, João Bosco Senra.
"A importância
do plano é que por meio dele estamos
planejando o país até 2020.
Ele vislumbra o Brasil, cria alguns cenários,
dá algumas possibilidades de desenvolvimento
para o país e busca integrar uma política
de desenvolvimento com as políticas
das águas, construindo o desenvolvimento
sustentável", explicou Senra.
O secretário participa
hoje (13) do último dia da 2ª
Conferência Nacional do Meio Ambiente,
em Brasília. Segundo ele, ao elaborar
o plano, o Brasil cumpre uma das metas dos
Objetivos do Desenvolvimento do Milênio,
definidas pela Organização das
Nações Unidas (ONU).
De acordo com o secretário,
a ONU determinou aos países-membros
que fizessem planos nacionais de recursos
hídricos até 2005. "A gente
trabalhou um calendário para aprová-lo
em dezembro deste ano, o que não foi
possível, mas, por solicitação
do próprio conselho, está previsto
para ser votado em janeiro."
Senra também explicou
que o plano engloba metas de curto, médio
e longo prazos, além de diretrizes
e programas, como os de capacitação
em tecnologia de reuso da água, de
captação de água de chuva
e de educação ambiental. Ele
lembrou que o Brasil concentra 12% das reservas
mundiais de água doce. Desse total,
70% estão na Amazônia, onde vivem
5% da população brasileira.
"Há regiões
como o Nordeste, a região metropolitana
de São Paulo, do Rio de Janeiro e de
outras capitais em que já existe o
problema de escassez de água, tanto
qualitativa e como quantitativa", ressaltou
Senra.
"A importância
do plano vem neste sentido, porque além
de buscar recuperar o que está degradado,
ele tem, sobretudo, uma política de
preservação para evitar o conflito
futuro, evitar a contaminação
dessas águas e evitar também
que a gente tenha o problema de redução
dessa vazão, com o problema de desmatamento,
de queimada, de mau uso do solo."
O secretário disse
ainda que no país o trabalho na área
de recursos hídricos, no âmbito
do Sistema Nacional de Recursos Hídricos
(Sisnama), está sendo feito de forma
integrado com a política de meio ambiente,
desenvolvida no âmbito do Sistema Nacional
de Meio Ambiente (Sisnama).
"À medida que
não há conselhos municipais
de recursos hídricos, a gente tem procurado
trabalhar muito com os conselhos municipais
do meio ambiente – que fazem parte do Sisnama
– nessas ações", informou.