16/12/2005 - Três
projetos apoiados pelo Ministério do
Meio Ambiente receberam o prêmio ODM
Brasil, entregue nesta quinta-feira (15),
em Brasília. A iniciativa destaca experiências
e personalidades que ajudam o Brasil a alcançar
os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio,
oito metas estabelecidas pela Organização
das Nações Unidas em 2000. O
projeto Couro Ecológico, desenvolvido
no Pará; o Movimento Interestadual
das Quebradeiras de Coco Babaçu, que
envolve 400 mil famílias no Maranhão,
Tocantins, Piauí e Pará, e o
Grupo de Trabalho Amazônico foram selecionados
entre 920 inscritos. A ministra do Meio Ambiente,
Marina Silva, participou da solenidade de
premiação, no Palácio
do Planalto.
O Prêmio ODM Brasil é uma iniciativa
do governo federal, do Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e do
Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade.
Essa primeira edição premiou
27 iniciativas em três categorias: Prefeituras,
Organizações e Destaques.
O Projeto Couro Ecológico é
desenvolvido na Floresta Nacional do Tapajós
e nasceu em 2001 com o objetivo de melhorar
as práticas de extração
e manuseio do látex. As famílias,
que já confeccionavam bolsas e outros
artefatos com o produto, conseguiram aprimorar
a qualidade e o desenho das peças,
e agregaram valor à matéria-prima
regional. O resultado foi traduzido em aumento
na renda das famílias e melhoria das
condições de vida dos povos
da floresta. A iniciativa, que envolve 15
famílias, recebeu menção
honrosa no Prêmio ODM Brasil e é
apoiada pelo Projeto de Apoio ao Manejo Sustentável
na Amazônia (ProManejo).
O Movimento Interestadual das Quebradeiras
de Coco Babaçu, é uma organização
sem fins lucrativos que, desde 1991, desenvolve
um trabalho de articulação com
trabalhadoras rurais, donas de casa, mães,
avós e esposas que se dedicam à
coleta, quebra, beneficiamento e comercialização
do coco de babaçu nos estados do Maranhão,
Tocantins, Piauí e Pará, envolvendo
um universo de 400 mil famílias. O
grupo surgiu em meados dos anos 1980, num
processo de enfrentamento pelo acesso e uso
comum das áreas de ocorrência
do babaçu, que haviam sido cercadas
por fazendeiros e empresas agropecuárias.
O Movimento busca garantir o controle das
áreas de produção, agregando
valor aos produtos, garantindo a sustentabilidade
das famílias das mulheres quebradeiras
de coco. Atualmente, estas mulheres preparam
campanhas sobre a proteção das
florestas de babaçu e contra a queima
do coco inteiro, que vem sendo utilizado como
carvão pelas mineradoras.
Já a Rede Grupo de Trabalho Amazônico
foi criada como entidade implementadora do
Programa de Apoio ao Agroextrativismo, do
Ministério do Meio Ambiente. Sob supervisão
do GTA, foram implantados 165 projetos propostos
por entidades de produtores familiares em
nove estados da Amazônia Legal. Os projetos
seguiram a orientação de promover
iniciativas voltadas para a segurança
alimentar e a sustentabilidade ambiental.
Mais de mil famílias foram beneficiadas
também com a captação
de recursos para pequenas entidades, que se
fortaleceram e já se sentem preparadas
para formular novos projetos.