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BASES DE VIGILÂNCIA SITUAM-SE NOS EXTREMOS DE FUTURA ESTRADA PARQUE

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Dezembro de 2005

20/12/2005 - O Parque Estadual Carlos Botelho, com uma área de 37.644 hectares, abriga os remanescentes de Floresta Tropical Atlântica mais bem preservados do país. Nesse local, registra-se o mais elevado índice de população de palmeira juçara - cerca de 700 indivíduos por hectare -, cujos frutos constituem importante elo na cadeia alimentar, propiciando a sobrevivência, entre outros, do maior grupo de monos-carvoeiros, o maior primata das Américas, estimado em cerca de 600 animais.
Pedro Calado
Pedro Calado
Nesse cenário, a inauguração de duas bases de vigilância, ocorrida na sexta-feira (16/12), será fundamental para aumentar a eficiência da fiscalização e inibir a ação dos palmiteiros e dos caçadores. As bases se localizam nos km 78, em São Miguel Arcanjo, e 45, em Sete Barras, nas duas extremidades do trecho de 33 km da SP-139, conhecida como Estrada da Serra da Macaca, situado dentro dos limites do parque.

Cada uma das bases dispõe de três quartos, dois banheiros, sala e cozinha, onde os guarda-parques e os membros da Polícia Militar Ambiental poderão passar a noite com o necessário conforto. As instalações foram construídas com recursos do KfW, agente financeiro do governo alemão, dentro do Projeto de Preservação da Mata Atlântica - PPMA, desenvolvido pelo Instituto Florestal.

Pedro Calado
Pedro Calado
O engenheiro José Luiz Camargo Maia, diretor do parque há oito anos, diz que a ênfase na fiscalização se explica, pois, com o início da segunda fase do PPMA, novos atrativos deverão estimular a afluência do público. Com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID estão previstas a melhoria das instalações de infra-estrutura de recepção, prevendo até restaurante e pousada, e a abertura de novas trilhas, entre elas a do Pico da Pedra Branca, no Núcleo Sete Barras, onde o visitante poderá apreciar a paisagem a cerca de mil metros de altitude.

Encontra-se em estudos, também, uma trilha que poderá chegar a 300 km englobando áreas dos parques estaduais Carlos Botelho e Intervales, além do PETAR - Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira.

Outro grande atrativo será a implantação da estrada-parque no trecho entre São Miguel Arcanjo e Sete Barras, para a qual o Governo do Estado liberou R$ 10 milhões para obras de recuperação e conservação, mantendo as características originais da rodovia, que tem 300 curvas e oito pontes construídas em 1939 e 1940, algumas com placas da empresa do engenheiro Oscar Americano. A rodovia, cujo piso de terra será mantido restringindo o trânsito a veículos com até seis toneladas, terá ainda dois mirantes, áreas de descanso e de apoio aos turistas e sinalização.

Desta maneira, prevê-se a expansão do número de visitantes que chega a dez mil por ano, para apreciar rios e cachoeiras ao longo das várias trilhas atualmente disponíveis, além de uma avifauna que tem atraído observadores de aves de todo o mundo. É por este motivo que o diretor do parque comemora a instalação das duas bases de vigilância.

A inauguração

A inauguração das bases de vigilância, com uma solenidade no Núcleo Sete Barras, transformou-se em uma festa com um almoço, onde o prato principal era o arroz carreteiro, com farofa como acompanhamento, preparado pela cozinheira Vera, moradora do Bairro Abaitinga, em São Miguel Arcanjo, e muita música.

Confirmando a popularidade do Maia, cuja proposta de trabalho é o trabalho em parceira com todos os segmentos da comunidade, a solenidade contou com a presença de representantes dos mais diversos setores. Entre eles, o prefeito Antônio Celso Mossin, de São Miguel Arcanjo, o secretário de Desenvolvimento Rural de Sete Barras, Paulo César Simões de Oliveira, e os capitães da Polícia Militar Ambiental, Paulo Roberto de Oliveira, da unidade de Sorocaba, e Fausto Maurício Sanches, da unidade de Registro, que salientaram a importância das bases para as ações de fiscalização.

A música ficou a cargo do acordeonista Leroy Amêndola e do violinista Thiago Moura, que interpretaram o Hino Nacional e várias outras músicas. Em seguida, apresentou-se o Trio Mata Atlântica, formado há cinco anos pelo violeiro e sanfoneiro Maurício Soares, de 45 anos, e pelo violonista Amantino Lopes, de 59 anos, que trabalham respectivamente há 23 e 28 anos como ajudantes de serviços gerais no Parque Estadual Carlos Botelho.

Completando o trio, o cantor Nael Inácio Evangelista, de 62 anos, dos quais 28 como guarda-parque dessa unidade de conservação.

O repertório passou por Tião Carreiro e Pardinho, Peão Carreiro e Zé Paulo, Belmonte e Maraí e outros. Mas depois de conquistar o público cantando Chitãozinho e Xororó, Encanto da Natureza e outras músicas tipicamente “caipiras”, perdem o constrangimento e apresentam suas próprias composições como “São Miguel, Capital da Uva Itália”, de Amantino e Nael, que fala que “Lá no parque todas as coisas são bonitas/nosso cartão de visitas/é o Rio Taquaral”.

Maurício, por sua vez, tanto na viola como no acordeão, apresenta a valsa “Carlos Botelho” e o rasqueado “Descendo a Serra”, números instrumentais que mostram com nitidez a sua interação com o meio em que vive.

É este o lado que o diretor, em seus oito anos de trabalho, fez questão de reforçar: o vínculo da sociedade com o parque e as riquezas da natureza. “A parceria só dá certo quando há sinergia”, afirma Maia.

A música continua, vez por outra, com o apoio da guitarra de Oséas Muniz, de 31 anos, 12 trabalhando no parque como ajudante de serviços gerais. E no final os irmãos Daisy e Davidson Xavier, que atuam em um projeto socioambiental da unidade de conservação, cantaram e tocaram números de música popular brasileira.

Parcerias

Uma das parcerias estabelecidas pela direção do Parque Estadual Carlos Botelho envolve a Associação Sócio-Ambiental Caapuã. O presidente da ONG, o biólogo Célio Paulo Ferreira, explica que o termo “caapuã” significa “ser que habita as florestas”, personificado pelo Curupira. A entidade desenvolve o Projeto Floratlântica, iniciado em 2003, quando implantou um viveiro com o trabalho de voluntários, moradores do Bairro Abaitinga, produzindo hoje cerca de dez mil mudas por ano.

O desdobramento do projeto inicial, que levou à criação da associação, beneficia um grupo de 40 jovens da região, dos quais 12 são monitores, que atuam na recepção aos turistas, e 28 voluntários. Uma das preocupações da entidade é promover a capacitação e conscientização do grupo. Para isso promove palestras todos os meses sobre questões como alcoolismo, drogas e gravidez na adolescência, e oferece cursos de capacitação na área de informática, primeiros socorros em áreas naturais, Inglês e outros.

O projeto conta com o apoio da empresa Marquesa S.A., vinculada à Fundação Orsa, que repassa recursos para a ONG. Célio vê resultados positivos no trabalho da entidade, despertando nos jovens o interesse pelo estudo. “Quatro voluntários prestaram vestibular este ano e dois deles foram aprovados”, comemora.

Bruna Nogueira, de 20 anos, é uma dos voluntários. Está há dois anos no projeto e quer estudar Psicologia. O projeto custeou um curso no SENAC sobre recreação em áreas naturais. Ela gosta disso: junto com os monitores, ajuda no atendimento aos visitantes, acompanhando especialmente as crianças realizando trabalho de sensibilização, fazendo-as caminharem sozinhas na trilha para experimentar sensações como medo, curiosidade ou aflição. E o que você aprende com isso? A sua resposta é efusiva: “Nossa! Um monte de coisas, respeito ao animais, à natureza!”

Para a monitora Daisy Xavier, também de 20 anos, a sua experiência de dois anos no projeto a fez descobrir que a natureza “não é só mato”. “Descobri coisas interessantes, a beleza da vegetação, os detalhes de cada trilha, cada uma com as suas características”, diz a jovem que pensa em estudar Biologia. O mesmo ocorreu com o monitor Éverton Diego Corrêa da Silva, de 18 anos, um dos mais antigos participantes do projeto.

Éverton passou no vestibular para Biologia, mas já tem conhecimentos sobre as funções de uma árvore, dos frutos ou das raízes. Acompanhando os turistas na Trilha dos Fornos, que é uma das suas preferidas, fala sobre a necessidade de preservação do ecossistema, conta a história dos fornos de carvão em atividade até meados da década de 1960 e ensina que é preciso fazer silêncio para poder apreciar os macacos pregos ou os bugios que costumam encantar os visitantes.

 

Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente de São Paulo (www.ambiente.sp.gov.br)
Assessoria de imprensa (Newton Mizuho Miura)
Foto: Pedro Calado

 
 
 
 
 
 

 

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