19/12/2005 - Coordenadores
e técnicos dos Centros Irradiadores
do Manejo da Agrobiodiversidade (Cimas) em
nove estados se reuniram, na última
sexta-feira(16), em Brasíla (DF), onde
apresentaram ações, avanços
e dificuldades encontradas durante o trabalho.
Cada centro, implementado com recursos do
Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA), auxilia
na preservação de variedades
de sementes crioulas, como espécies
tradicionais de milho, feijão e mandioca,
cultivadas por agricultores familiares, comunidades
indígenas e quilombolas.
De acordo com os técnicos, as espécies
crioulas têm grande variabilidade genética
e são melhoradas pelas comunidades
e adaptadas às suas condições
socioculturais e ambientais. A adaptação
das sementes ao clima local garante maior
produtividade. Os Cimas também incentivarão
a produção de plantas para uso
medicinal, a criação de animais
domésticos e práticas de agroextrativismo.
Os centros são a realização
de propostas da comunidade e contam com o
apoio de organizações não-governamentais
na área técnica e jurídica.
Entre as atividades estão: resgate
de sementes mantidas pelos agricultores, incentivo
às técnicas de agrobiologia
que não utilizam agrotóxicos,
capacitação e formação
de agentes comunitários.
Promovido por Ministério do Meio Ambiente,
FNMA e Incra, o evento reuniu 30 pessoas que
trabalham nos estados de Goiás, Maranhão,
Espiríto Santo, Alagoas, Rio Grande
do Sul, Ceará, Paraná, Rio Grande
do Norte, São Paulo.
O Cima de Alagoas é um exemplo da diversidade
de atuação do programa, pois
atinge povos indígenas, quilombolas
e agricultores familiares. Para o gerente
de recursos genéticos do MMA, Rubens
Nodari, o programa é um resgate de
cidadania. "Durante a 2ª Conferência
Nacional do Meio Ambiente, dez estados fizeram
propostas para implementação
de centros em suas regiões", disse.
Isso, conforme Nodari, constataria o sucesso
da iniciativa.