O consumidor é o componente mais importante
da cadeia do agronegócio. O que produzir,
antes de configurar uma decisão do produtor,
considera agora, primordialmente, os anseios
do consumo. Em última instância,
é o mercado quem vai dizer o que, quanto,
e de que maneira deve ser cultivado o alimento.
Logo, a ênfase é atribuída
não apenas ao sistema de produção,
mas simultânea e principalmente, aos circuitos
comerciais.
A intensificação
da concorrência proporcionada pela abertura
comercial, induziu a redefinição
de estratégias dos produtores através
de ajustes organizacionais e tecnológicos
nos sistemas produtivos. Por exemplo, o monitoramento
das etapas da produção e o atendimento
às exigências qualitativas da
demanda. Além do mais, os produtos
agrícolas estão sujeitos a severas
medidas fitossanitárias. O motivo alegado
pelos importadores é evitar a introdução
de “pragas exóticas” dos países
tropicais. Portanto, a delimitação
de zonas produtoras livres de pragas e doenças
é um imperativo para viabilizar as
exportações brasileiras.
Para os produtores, a possibilidade
de colocação do produto em períodos
em que os mercados concorrentes se encontram
com ofertas reduzidas ou nulas, as “janelas
de exportação”, tem como resultante
preços compensadores. Vale lembrar
o potencial da Região Norte, através
da produção do açaí
e cupuaçu, com aceitação
nos mercados nacional e externo. Na inserção
econômica nos mercados globalizados,
a questão ambiental relacionada com
a produção torna-se decisiva
como forma de atingir novos elos de consumo.
O cultivo livre de agrotóxicos se apresenta
como crítica aos preceitos da Revolução
Verde, baseada no uso intensivo da mecanização
e fertilizantes industriais. Neste aspecto,
a Embrapa Amapá vem priorizando estudos
e pesquisas dos arranjos produtivos locais,
com foco nas novas demandas do mercado agrícola.
A natureza passa a ser encarada
como um bem econômico, baseada na evidência
de que os recursos naturais são finitos
e não renováveis. Os importadores
valorizam a adoção de práticas
agrícolas menos agressivas ao ambiente
em atendimento à demanda de alimentos
livres de resíduos tóxicos.
O consumidor atento à preservação
da saúde e com elevado poder aquisitivo
opta por pagar mais pela aquisição
de produtos sem aditivos químicos.
Assim, os produtos orgânicos obtêm
preços diferenciados em função
da seletividade dos mercados. No entanto,
torna-se necessária a fiscalização
na aplicação de critérios
e normas estabelecidas por instituições
credenciadas, atestando a idoneidade e comprovação
da origem dos produtos. Por parte da esfera
pública, cabe a tomada de decisões
que favoreçam o meio ambiente. Priorizando
assim, um processo de valorização
do patrimônio natural, em atenção
à preservação da biodiversidade
e aplicação dos princípios
ecológicos nos sistemas produtivos.