Com
as mudanças ocorridas nas últimas
décadas, algumas concepções
para explicar a realidade tornaram-se ultrapassadas
frente às novas condições
socioeconômicas, políticas e ambientais.
É o caso do modelo baseado no pressuposto
de que o crescimento econômico, resultante
do estímulo da demanda e dos ganhos de
escala e rentabilidade, por parte das empresas,
conduziria automaticamente, a uma melhoria do
padrão de vida da população.
Na verdade, este fato não se confirmou:
o crescimento da economia não garantiu
a conquista do desenvolvimento social e a renda
permaneceu altamente concentrada. Surge, então,
o paradigma que leva em consideração
o bem-estar das gerações futuras,
com ênfase na manutenção
do patrimônio ambiental e diminuição
das desigualdades sociais.
A nova demanda vem em atendimento
à necessidade de reprocessamento dos
recursos naturais e valorização
do capital humano. Assim, a idéia do
desenvolvimento local sustentável foi
construída através das críticas
às propostas precedentes, pouco preocupadas
com os efeitos provocados no longo prazo.
Como, por exemplo, a desvalorização
do meio ambiente e ausência de redistribuição
de renda. Atualmente, ocorre também,
a reformulação do papel do Estado
e uma forte preocupação com
as especificidades locais. Bem como, a prioridade
no estabelecimento de ações
que conduzam ao dinamismo econômico,
simultaneamente com a melhoria das condições
de vida das populações residentes
nas unidades territoriais.
A sustentabilidade do desenvolvimento
requer a descoberta das potencialidades locais,
no enfrentamento das desigualdades na esfera
econômica. Tem, por conseguinte, três
princípios básicos: a conservação
do meio ambiente, a justiça social
e o crescimento econômico. É
essencial, portanto, criar condições
favoráveis às negociações
políticas e à mobilização
social. A estratégia de ação
deve se concentrar na busca da equidade social,
da preservação ambiental e da
racionalidade econômica. Obviamente,
sem esquecer a ampliação do
regime democrático. È importante,
portanto, considerar as características
de cada região ou localidade, tendo
em vista as realidades diferenciadas. Neste
sentido, é válido chamar a atenção
para a situação dos produtores
rurais, que se encontram numa situação
de impedimento de participação
efetiva em nível de integração
com o mercado. Torna-se fundamental o engajamento
da comunidade na definição dos
objetivos comuns a serem atingidos, pois trata-se
de um projeto coletivo. Sem dúvida,
a presença da sociedade civil nas decisões
governamentais tem contribuído para
a consolidação do desenvolvimento
rural e da democracia.
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