(28/11/2005) – Um dos coordenadores
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe), Carlos Epiphanio, pediu que entidades
como o Ibama, usuárias de imagens de
satélites, divulguem a importância
do satélite sino-brasileiro CBERS 2
para o desenvolvimento de suas atividades.
A manifestação dessas instituições
é fundamental para a continuação
de programas espaciais, ressaltou Epiphanio,
em sua palestra a servidores do Ibama durante
o evento “Quintas Ambientais” .
O coordenador de Aplicações
CBERS no INPE explicou que este satélite
tem vida curta: em média, dois anos.
O CBERS 2, que a cada cinco dias capta cenas
da Amazônia permitindo monitorar desmatamentos,
já opera com precariedade. O outro
satélite, o Landsat, também
usado para acompanhar cortes rasos na floresta
está há 21 anos no espaço.
O governo brasileiro negocia o lançamento
do CBERS-3. Mas ainda não há
a garantia de que este satélite entre
em órbita em 2007, daí o apelo
de Epiphanio para que as mais de 1.500 instituições
cadastradas – entre elas, entidades públicas,
privadas e ONGs - falem sobre os múltiplos
usos das imagens.
Ao longo de dois anos, o
CBERS-2, por exemplo, já trouxe inúmeros
benefícios para o Brasil. Esse programa
é fruto de uma parceira entre Brasil
e China e envolveu, além do investimento
na construção do satélite,
capacitação tecnológica,
entre outros. “O CBERS hoje é muito
mais importante para o Brasil, do que até
mesmo para a China, pois grande tem sido a
utilização dos dados para inúmeras
atividades, como sensoriamento e monitoramento,
pesquisa, entre outros”, destacou o coordenador.
Atualmente, qualquer pessoa
interessada em coletar dados de áreas
via satélite, acessa o site www.cbers.inpe.br,
e se informa. O simples clicar, leva o internauta
a informações preciosas que
o ajudam em estudos, pesquisas e principalmente
ações políticas em meio
ambiente – a exemplo das ações
de órgãos como o Ibama e Secretaria
de Meio Ambiente de SP.
“O atendimento é
eficaz, e ali se pode ter um rol de catálogos
atualizados. O sistema tem grande credibilidade
e o download é rápido. Online
o usuário pode relacionar as áreas
do seu interesse e espera apenas 9 minutos”,
afirmou o coordenador
Diversas instituições
já se beneficiaram, totalizando cerca
de 789 pedidos por semana, e 159.591 mil cenas
de satélite passadas ao público.
Mas qual a aplicabilidade prática disso
tudo? Epiphanio citou que um dos órgãos
governamentais utilizou as imagens do CBERS-2
para controlar, por meio desse recurso, a
fiscalização da declaração
de imposto de renda de proprietários
rurais a partir de fotografias das áreas
de plantação de soja.