01/001/2006
- O artesanato tornou-se fonte de renda e meio de
fortalecimento cultural para cerca de 60 mulheres
indígenas do município de Santa Isabel
do Rio Negro, no Amazonas. A maior parte delas tem
mais de 40 anos. Elas fazem parte da União
das Mulheres Artesãs Indígenas do
Médio Rio Negro (Umai), que foi criada em
março de 2003 e tem aproximadamente 200 associadas.
As artesãs pertencem a dezoito etnias diferentes.
Entre elas, Baré, Arapasso e Tukano.
"Como essas mulheres já
são de meia idade, elas não podem
arranjar emprego porque são consideradas
velhas. Também não podem se aposentar
porque são muito novas. Se você tem
sua produção, você consegue
um dinheiro", contou a coordenadora da Umai,
Délia Arapasso, em entrevista ao quadro Meio
Ambiente , que todas as sextas-feiras é veiculado
no programa Ponto de Encontro , na Rádio
Nacional (Amazônia).
A Umai oferece um local para fazer
o artesanato e oportunidade para vender os produtos.
Conquistou um espaço permanente na feira
municipal, além de participar de eventos
em todo o país. A renda média das
60 associadas envolvidas diretamente na produção
é de um salário mínimo por
mês. Mas, de acordo com Délia, elas
ainda têm outras compensações.
A sede da entidade é também um espaço
para reviver e reafirmar os costumes indígenas,
falar a língua nativa, reencontrar parentes
e amigos.
Os artigos mais vendidos pelas
artesãs são cestos, chapéus,
brincos e colares, além da vassoura de piaçaba
(palmeira amazônica), especialidade do povo
Baré. A Umai faz parte da Coordenação
das Organizações Indígenas
da Amazônia Brasileira (Coiab), que reúne
75 organizações indígenas,
representantes de 165 povos.