04/01/2006
- O governo federal reúne-se com representantes
do setor sucroalcooleiro na próxima semana,
possivelmente na terça ou na quarta-feira,
em Brasília, para buscar alternativas para
conter aumentos no preço do álcool
combustível neste período de enfressafra
da cana-de-açúcar. “Queremos encontrar
uma forma consensual para impedir a elevação
do preço do produto”, disse hoje (04/01)
o diretor do Departamento de Cana-de-Açúcar
e Agroenergia do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa), Ângelo
Bressan, após conversar, por telefone, com
o ministro Roberto Rodrigues, que está em
São Paulo.
“Nada será feito antes
do encontro com o setor produtivo”, garantiu Bressan,
que acabara de tratar do assunto durante reunião
na Secretaria de Direito Econômico do Ministério
da Justiça. “O governo quer buscar o equilíbrio
entre os produtores e os consumidores e dispõe
de instrumentos para tomar medidas capazes de conter
excessos de preços e evitar o desabastecimento
do produto.” Segundo ele, a determinação
para encontrar alternativas para harmonizar o mercado
partiu do próprio presidente Luiz Inácio
Lula da Silva.
O diretor do Departamento de Cana-de-Açúcar
e Agroenergia lembrou que o governo tem várias
alternativas para adotar, caso seja necessário.
Porém, descartou qualquer medida de força
para ajustar o mercado de álcool combustível.
Bressan afirmou que a partir de abril, quando começa
a nova safra de cana-de-açúcar, a
situação deve se estabilizar. Ele
calcula que o preço do produto deverá
cair cerca de 30% no final do primeiro quadrimestre
do ano. Atualmente, informou, as usinas vendem o
litro do álcool anidro a R$ 1,10 e a R$ 1,00
o hidratado.
NOTA CONJUNTA - “O governo avalia
que não há motivo para aumento nos
preços do álcool”, diz a nota conjunta
distribuída pelo Mapa e o Ministério
das Minas e Energia. “Os estoques existentes são
suficientes para atender o mercado até o
início da próxima safra.” Hoje, o
estoque do setor privado é de cerca de 4
bilhões de litros. No texto, os dois ministérios
reiteram a disposição de buscar com
os produtores meios para minimizar os impactos das
elevações sazonais do produto, de
forma que não interfiram no preço
final do combustíveis ao consumidor.