08/01/2006 - Além de novas
ações que deverão também
ser iniciadas, o ano de 2006 abre perspectivas para
a realização de mais pesquisas, promoção
de cursos e a implementação de novas
políticas ambientais para a Bacia do Xingu
no Mato Grosso.
A campanha ‘Y Ikatu Xingu, que
tem o objetivo principal de proteger e recuperar
as nascentes e as matas ciliares do rio Xingu no
Mato Grosso, fechou o ano de 2005 com um balanço
positivo de novas iniciativas em andamento, elaboração
de estudos, realização de eventos,
aprovação de projetos, divulgação
da mobilização, articulações
com atores locais e com o governo federal. Além
de novas ações que deverão
também ser iniciadas, o ano de 2006 abre
perspectivas para a realização de
mais pesquisas, promoção de cursos
e a implementação de novas políticas
ambientais para a região.
No início de dezembro,
em Canarana (MT), começou o projeto Formação
de Agentes Multiplicadores Socioambientais na Bacia
do Xingu, que terá duração
de um ano e é uma parceria entre o ISA e
outras organizações locais para estimular
e potencializar iniciativas e projetos socioambientais
com o uso sustentável dos recursos agroflorestais
no Cerrado (saiba mais). A intenção
das organizações que compõem
a campanha é ampliar programas de formação
semelhantes para outras sub-regiões do Xingu
no Mato Grosso.
A partir de negociações
feitas com o governo federal, o Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária
(Incra) realizou um estudo socioambiental sobre
26 assentamentos na região. O trabalho foi
apresentado em um seminário realizado em
Água Boa, cerca de 700 quilômetros
a nordeste de Cuiabá, nos dias 21 e 22 de
novembro. O evento serviu também para divulgar
e atualizar as informações sobre a
campanha, além de identificar as principais
demandas da agricultura familiar na região
e definir uma agenda de compromissos sobre o tema
com o governo federal (confira).
Um encontro realizado em Sinop,
no dia 21 de outubro, apresentou os resultados de
um outro estudo articulado pela ‘Y Ikatu Xingu e
patrocinado pelo Ministério das Cidades que
constatou que a situação do saneamento
em 14 cidades da Bacia do Xingu no Mato Grosso é
bastante precária. Como resultado do evento,
vários municípios deverão unir-se
para colocar em prática políticas
conjuntas para o setor.
O trabalho de assessoria a organizações
locais e prefeituras feito pela campanha também
começa a render os primeiros frutos. Ainda
em outubro, o Programa de Alternativas ao Desmatamento
e às Queimadas (PADEQ/PDA) aprovou o financiamento
de R$ 1,8 milhão para seis projetos relacionados
ao tema das matas ciliares e nascentes (leia mais).
Dois projetos foram aprovados e dois foram recomendados
em editais do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA).
Um outro projeto também foi aprovado pelo
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico(CNPQ) para trabalho educativo
com foco nos recursos hídricos em escolas
da bacia do Xingu.
Além disso, a partir de
articulações com organizações
do setor da grande produção agropecuária,
a Embrapa vai realizar um conjunto de pesquisas
e cursos apoiados pelo Fundo Setorial do Agronegócio
na região de Querência. O trabalho
deve estender-se até 2008 e vai envolver
temas como planejamento e uso e ocupação
do solo, qualidade de água, recuperação
de Áreas de Preservação Permanente
(APPs) e integração lavoura-pecuária
(veja notícia completa).
“Em 2006, existe a perspectiva
concreta de começarmos a implantar uma rede
de conservação socioambiental na bacia
que terá a tarefa de articular, monitorar
e qualificar novos projetos de proteção
e recuperação de nascentes e matas
ciliares”, conta Daniela Jorge de Paula, analista
socioambiental do ISA, que é uma das organizações
que integram a campanha ‘Y Ikatu Xingu. Ela informa
ainda que, em 2006, serão feitas negociações
e articulações com parlamentares,
agências privadas de financiamento, governos
estadual e federal para a implantação
de ações e novos projetos em áreas
como saneamento e alternativas à monocultura.