07/01/2006
– O Conselho Indigenista Missionário (Cimi)
registrou, no ano passado, o assassinato de 38 indígenas
em todo o Brasil. Segundo a entidade, esse é
o maior número de vítimas desde 1994,
quando 45 índios foram mortos no território
nacional. O balanço também indica
a ocorrência de 29 suicídios, 136 mortes
por falta de assistência médica e 44
vítimas de desnutrição infantil.
Nos últimos dez anos, 241 indígenas
morreram violentamente no país.
Dentre os 38 casos de mortes relatados
pelo Cimi em 2005, há três cometidos
por policiais militares e dois por fazendeiros.
Do total de assassinatos relatados, a metade foi
cometida por próprios indígenas -
em muitos casos, as vítimas foram mortas
por parentes em estado de embriaguez.
Esse, por exemplo, foi o caso
de Cleto Amarilha, da aldeia Amambaí (MS).
No dia 13 de agosto do ano passado, aos 88 anos,
ele foi esfaqueado pelo filho, Miguel Amarilha,
de 64 anos, que estava bêbado. Situação
semelhante ocorreu com Agacir Castelão, em
Amambaí (MS), em 4 de outubro. Castelão
recebeu golpes de facas, facão e chaves de
fenda de cinco menores indígenas com idade
entre 13 e 15 anos. Ao confessar o crime, os adolescentes
também disseram que estavam embriados.
A maior parte das mortes foi registrada
no Mato Grosso do Sul. Por exemplo, 26 dos 29 suicídios
ocorridos em 2005 foram neste estado. Os outros
três, no Amazonas. Dentre as 44 vítimas
de desnutrição, 32 também são
do Mato Grosso do Sul.