10/01/2006
- A Petrobras vai estudar a viabilidade de
exportar álcool combustível
para o mercado japonês. A criação
da Brazil-Japan Ethanol, uma joint-venture
(associação de empresas para
explorar determinado negócio) em sociedade
com a empresa nipônica Nippon Alcohol
Hanbai, permitirá à Petrobras
analisar a demanda por álcool para
uso veicular naquele país.
"O mercado japonês
pode inicialmente consumir 1,8 bilhão
de litros por ano e, se anexar 3% à
gasolina ou 10%, pode chegar a 6 bilhões
de litros por ano. Mas isso não vai
acontecer nem hoje, nem amanhã, nem
em 2008", afirmou o diretor de Abastecimento
da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Ele disse
que a prioridade para a Petrobras é
o mercado interno. Segundo ele, a exportação
da estatal exigirá aumento da área
plantada em torno de 40% e de 40% da capacidade
que as usinas têm hoje.
"Primeiro, eu tenho
que saber se tem comprador de álcool
lá (no Japão). Depois eu vou
ter que saber se vai haver produção
aqui e fazer uma operação casada".
Ele deixou claro, porém, que a Petrobras
não participará, em nenhuma
hipótese, desses dois segmentos (plantação
e usinas).
De acordo com o executivo,
a exportação para o Japão
será positiva por se tratar de uma
operação comercial, que precisará
de contrato longo prazo, além de trazer
benefícios para o Brasil através
do aumento da exportação, geração
de empregos e equipamentos. "Para o Brasil
vai aumentar as atividades industrial e agrícola",
afirmou.
Segundo revelou o diretor
de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto
Costa, a exportação de álcool
da companhia para a Venezuela em 2005 alcançou
50 mil metros cúbicos, ou 50 milhões
de litros. Essa é uma quantidade ainda
reduzida em comparação ao volume
exportado pelo Brasil em 2004, que atingiu
2,5 bilhões de litros, avaliou Costa.
A empresa está negociando atualmente
contrato para prazo mais longo com aquele
país, para substituição
do chumbo usado na gasolina, produto muito
prejudicial ao meio ambiente e à saúde,
pelo álcool.
"A intenção
da Venezuela é, a médio e longo
prazos, ter lá a plantação
de cana ou outro produto e ter as usinas também
no país para produção
local do álcool", informou. Costa
afirmou que isso será interessante
para o Brasil, porque implicará a venda
de tecnologia brasileira de plantação
e de usinas para processamento.
A estatal pretende também
em 2006 colocar álcool no mercado da
Nigéria, na África, como aprendizado
para avaliar a demanda, salientou o diretor.
A expectativa é de que as exportações
de álcool da Petrobras alcancem em
2006 entre 200 e 250 milhões de litros,
resultado ainda considerado modesto em relação
ao total exportado pelo país em 2004,
avaliou Costa.
O diretor reiterou que o
assunto abastecimento de álcool não
é competência da Petrobras, mas
do Ministério de Minas e Energia e
dos produtores. "A Petrobrás não
produz nem mistura o álcool",
frisou.